domingo, 30 de dezembro de 2012

Adeus ano velho, feliz ano novo...

Então é ano novo. Hora de rever conceitos, pensar sobre o que fizemos de bom ou ruim e tentar refazer tudo de forma mais madura e eficiente. Ou de simplesmente culpar o destino tentar uma mandinga da boa para que no ano que vem a sorte, os anjos ou algum espírito de luz possa nos trazer os clássicos amor, dinheiro e saúde. Claro que como membra muito elegante do Tá Me Chamando de Gorda eu escolhi apelar para a magia para garantir um 2013 de sucesso. Vão aí as minhas (que eu aprendi na internet, claro) simpatias para o próximo ano. Dá tempo de se preparar e fazer também. E se você tem alguma superstição bem bacana que é garantia de sucesso, compartilha aqui com as amigas!

Quando comecei minha vasta pesquisa online, nem terminei de digitar simpatias o google completou: simpatia para arranjar namorado. Pois é ou não é o amor (ou mais, a falta dele) que nos tira o sono? Então comecemos pelo importante, como arrumar um namorado nesse ano que vem por aí. 

Quem já tem uma alvo pode pegar uma vela branca virgem e escrever na vela o nome completo do pretendente de um lado e o seu do outro lado. Atenção que a simpatia diz que tem que escrever com palito de dentes, outra mídia pode estragar o processo todo. Tem que passar a vela no mel e acender sobre um pires branco. Dizem que é garantido e que depois de alguns dias - não sei quantos - essa pessoa especial vai se declarar para você. 

Para a hora da virada você pode escrever o nome do pretendido sete vezes em um papel e guardar dentro do sapato esquerdo. Quando todo mundo estiver na contagem regressiva, bata o pé no chão sete vezes enquanto repete o nome dele. Sim, é estranho, vai causar desconforto nos outros foliões; mas tudo é lindo em nome do amor. Parece se você abraçar uma pessoa do sexo oposto depois das batidinhas dá mais sorte. Se você estiver em busca de um amor gay já não sei se o abraço deve ser em alguém do mesmo sexo, como fica a dinâmica. Minha sugestão pessoal é: agarre alguém que te pareça atraente, aproveite para tirar uma casquinha e diga que é superstição. Pelo menos assim você garante um pouco de ação nessa virada.

A simpatia para a felicidade envolvia começara a usar uma par de meias brancas no dia 28 de dezembro. Além de ser tarde demais, eu duvido que usar o mesmo par de meias quatro dias vai trazer algo além de micose e chulé, convenhamos. Então vamos logo para a fortuna, que é bem mais fácil ser feliz bebendo um champanhe na França.

Para ter muito dinheiro a dica é o desapego. Leve para a festa sete moedas de dinheiro corrente, que a gente usa mesmo. Sete minutos antes da virada distribua para os coleguinhas festeiros e guarde uma para você. Lembre que essa tem que ficar na sua carteira como seu talismã, não vale gastar no fim da noite pra comprar o cigarrinho picado de bêbado, hein?

Finalmente, lembre-se de não usar roupas apertadas na virada ou você passará muitos apertos no ano vindouro. Bom, vamos tentar de tudo, não é mesmo? Boas champanhotas para todos nesse reveillon e, tomara, um 2013 bem legal para todos nós.



sábado, 1 de dezembro de 2012

Santo casamenteiro.

Tudo indica que hoje (ou algum dia próximo) é dia de St. Andrew e aparentemente ele é um santo casamenteiro. Não que eu seja uma pessoa religiosa, mas sabe como é, sempre levo em consideração demais as coisas inúteis que ouço falar. Os últimos meses têm sido agitados aqui pela região Sul, academica, social e emocionalmente falando - o que justifica a ausência de 50% das colaboradoras desse blog. Mas os tempos de maré mansa chegaram - e tão logo chegaram logo já se vão - e a notícia do santo gringo casamenteiro envolvendo *simpatia* pras encalhadas é uma coisa que merece atenção e, é claro, registro.

Voltando pro santo: rolam duas superstições; a primeira é que quem tá correndo atrás de marido deve jogar um sapato em uma porta e se o sapato parar com a ponta virada pra porta significa que a donzela vai casar e sair da casa dos pais em um ano (adoro essas especificidades que deixam as donzelas que já saíram da casa dos pais de fora da busca pela metade da laranja). Isso mesmo, agora a onda é jogar sapato na porta. É óbvio que ao passo que li essa notícia prontamente joguei meu Keds na porta do meu quarto. Um mix de alívio e vergonha de mim mesma - por me submeter a esse tipo de coisa e de alguma forma levar à sério  -aconteceu quando o sapato caiu apontando pra porta. Mas como boa mineira desconfiada e fã número 1 da regra de "melhor de três" resolvi jogar mais duas vezes pra garantir e: batata! Bico pra porta três vezes seguidas! Dezembro de 2013 promete!


A segunda simpatia envolve descascar uma maçã sem "interromper" a casca e jogar essa tripa de casca por cima do ombro. Se a casca formar uma letra, NATURALMENTE, esta será a primeira letra do nome do seu MARIDO. Sério, crendice é tudo de bom! E adivinha se por sorte eu não tinha duas maçãs da Turma da Mônica na geladeira? Descasquei a primeira. Foi terrível, aquela mini maçã é uó pra descascar. Resultado, a casca ficou toda picotada e quando eu joguei pra trás ela despedaçou e formou *letras* randômicas. Pensei em fazer um quebra-cabeça e ver quais letras dariam pra formar e por um lado me senti sortuda por ter tantas possibilidades mas achei melhor descascar a outra, dessa vez com mais cautela (detalhe aqui que a linda da minha roommate ficou ofendida porque eu não deixei uma maçã pra ela fazer também. Porque aqui nessa casa o mais normal vê espírito e rasga dinheiro). Consegui uma tripa digna e joguei pra trás e achei o resultado ambíguo. Porque assim, né, casca de maçã jogada pra cima com certeza vai formar qualquer letra do alfabeto e incluir os pretês cujos nomes comecem com R ou S ou T - super condiz com a anatomia da coisa. Mas é isso. A regra não era muito precisa quanto à posição que você tem que ficar em relação à casca pra analisar a letra, sendo assim, no meu caso pode ser um G, um O, um Q, vai saber.


Mas o mais engraçado disso tudo é lembrar, à 1h09 da manhã, que eu sou uma mulher de quase 25 anos que trabalha, faz 10 matérias na faculdade, pratica esporte, participa de grupo de estudos mas que ainda assim se dá ao trabalho de deixar todas essas coisas em segundo plano em função de uma ciência tão exata e precisa quanto essa. Mas é isso. Bora lá, né? Beijos.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Sete-pele

Que agosto é um mês ingrato não é novidade nenhuma, mas esse agosto passado foi muito além do desgosto e do mau gosto. Além de não ter feriados, ser nessa época mequetrefe de mudanças climáticas, fim de férias e o escambau, dizem que é o mês do diabo. Mais precisamente, o dia 24 de agosto é conhecido por ser aquele em que a besta solta fogo pelas ventas percorrendo os céus. Misticismos à parte, esse mês não é fácil. 

Relacionamentos começam e relacionamentos terminam, fato. Muitas vezes esses processos são cansativos ou dolorosos mas o consolo é que depois que acaba, acaba. A surpresa vem quando meses depois de findado o tal relacionamento ele (ou a ideia que se tem dele) ainda te dê dor de cabeça. Aí, meu amigo... Aí você tá fodido. Nossa querida Cris, que pelo bem geral da nação e das moças desavisadas, resolveu expor seu drama (no último post). Acontece que ela teve um lapso de consciência um dia e resolveu dar uma chance pra cria do cão. Só de olhar, numa primeira observada bem cheia de julgamentos, logo se via que a criatura não era benta (e esteticamente distante do que minha tão querida amiga merece). Previ que o fracasso estava perto quando em um belo dia, na nossa própria casa, depois de ter comprado, feito e servido o jantar para todos, o Cramunhão (bendito seja!) ao se ver perante a uma mulher (eu) que reclamava de cólica intensa - depois de cozinhar a comida que nessa altura já estava em sua boca ácida - começa a rir descaradamente e solta o seguinte impropério: ninguém mandou nascer mulher, na.minha.própria.casa. BITCH, PLEASE! 

Depois disso foi só ladeira abaixo e agora, depois de alguns meses de fim dessa bela e rica relação, o bonitinho resolve aparecer mandando uma carta, onde ele narra a história da relação dos dois como uma história, na terceira pessoa (tão original) falando como se ele tivesse dormido esse tempo inteiro e não estivesse lá, de fato (vou deixar para falar  dos erros de concordância e ortografia em uma próxima colocação ). E ainda aproveitando a chance para tentar destruir a auto estima, a dignidade e a paz interior da MINHA BROTHER. Mas o lance é o seguinte, ô anhangá, mexeu com minha amiga, mexeu comigo. E pra quem não sabe, além dessa carinha de princesa eu tenho 1,80m de altura e muita força nos braços (que se potencializa quando eu fico com ódio). Mas... como tenho procurado evitar prisões ou processos, apesar da mãe advogada e feminista, resolvi fazer diferente. Lanço agora aqui o projeto Fique Bem, um tributo à Sophie Calle, onde cada dia (por quantos dias forem necessários) alguém vai fazer sua leitura da bela carta (que vou colocar nos comentários). Se alguém quiser participar, é só mandar por comentário ou e-mail pra gente. Preparem seus coraçõezinhos. E, Cris, sério, por você eu cairia no braço com o sete-pele. Te amo. <3 

sábado, 1 de setembro de 2012

Lobo em pele de cãozinho abandonado.

  
  Aí você vai em uma balada despretensiosa. Lá, encontra um menino com cara de cachorrinho abandonado, tão sarnentinho e desajeitado que você resolve levar para casa. 
O cachorrinho vai ficando, ficando. Ele é meio sem jeito, um pouco incômodo mas você pensa: o bichinho tava abandonado, só precisa de um pouco de amor. Ele rói seus sapatos, faz xixi no carpete, late para seus amigos. Você respira fundo; paciência, paciência. O cãozinho vai tomando cada vez mais espaço. Come toda a sua comida, demanda passeios constantes, quer atenção integral. Ele não dá nada em troca mas você acredita em resgatar animais de rua, pobre do cachorro, vai aguentando como pode. Se agarra ao mantra: paciência, paciência. Tenta adestrar o cachorrinho, tenta conversar com o cachorrinho. Ele não é muito apto a aprender mas você acha que pelo menos ele não é capaz de fazer mal a ninguém, bichinho inocente que é.
  Um dia, você olha em volta e vê que sua casa se tornou um canil bagunçado e fedorento; finalmente, manda o mantra da paciência pastar e o cachorrinho também, até você tem seus limites.
 Você se sente mal mas é mesmo uma iludida e pensa que você e o cachorrinho podem ser amigos, que existe dignidade nas relações e tal. Ah, a ilusão é uma coisa linda, até que acaba. Cachorrinho continua terrível, você está cansada e resolve encerrar as tentativas de amizade. A coisa já está ficando deselegante e você, bestinha que é, prefere finalizar a história com algum respeito mútuo. O bicho, de cãozinho vira lobo e te manda uma carta que, fosse uma mordida literal, arrancaria no mínimo um braço ou perna. 
  Tem umas expressões bem elegantes mas eu ainda não sou capaz de reproduzir. Quem quiser a carta na íntegra pode pedir nos comentários ou por e-mail que eu mando. E aqui eu perdi o tom da historinha porque olha, ainda estou assustada demais. As outras Tá me Chamando de Gorda vão fazer intervenções aí com o material mesmo da carta, uma vibe Sophie Calle de ser e viver, porque pra mim foi demais. 
  Pois é, turminha, resgatar bichinhos abandonados é lindo, mas fiquem atentos porque vocês podem tomar uma mordida e seu cachorrinho abandonado pode estar cheio de raiva e de rancor. 

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Bullying na hora do almoço não pode

Vem cá, a gente tem cara de palhaço, né?
Eu saio do meu trabalho, desço na praça de alimentação do shopping pra almoçar, porque queria uma comidinha gostosinha, quentinha e com molho, e penso: hummm, vou dar mais uma chance pro SPOLETO.



Me arrependi. O COZINHEIRO FAZ BULLYING COM VOCÊ, você é obrigada a escolher os ingredientes sob pressão e a comida ainda vem fria.

Eu não sei se algum componente do meu mapa astral é responsável por isso, ou se é só mais um charminho da minha personalidade, mas eu posso ser MUITO indecisa. Ter alguém gritando: PRÓXIMO INGREDIENTE, PRÓXIMO INGREDIENTE, MASSA, MOLHO, PRÓXIMO, MAIS TRÊS no meu ouvido NÃO me ajuda a decidir.

Quando é aquele espoleto do posto de gasolina com o super microondas, pelo menos a comida vem quentinha, sabe =(






Hoje eu cheguei do almoço aqui no trabalho dizendo que ia escrever pro thammy a respeito do bullying na hora do almoço. A Helô, minha amiga aqui do trabalho, perguntou se eu já tinha visto esse vídeo. ME IDENTIFIQUEI DEMAIS, é exatamente isso que eu quis dizer.


UPDATE: O Spoleto contratou esse mesmo pessoal do vídeo pra fazer um vídeo-resposta, também muito bem humorado, que no final pede para os clientes enviarem suas reclamações para o e-mail "sos@spoleto.com.br".
Belíssima gestão de crise!!!
Eu mandei e-mail pra eles (inclusive com o link aqui pro Thammy) e a Raquel me respondeu bastante rápido. Ela realmente leu o meu e-mail e me respondeu de maneira personalizada. Muito amor.

Vou colar aqui o e-mail dela:

"Oi Patricia,

Que péssimo que você se identificou tanto com o vídeo... Em qual loja você esteve pra gente checar a situação e resolver o problema?

Quanto aos elogios, muito obrigada. Ficamos feliz que tenha gostado da nossa brincadeira e fizemos realmente pra ouvir o que vocês tem a dizer para  melhorarmos de fato!

Mas, me conta onde foi para agirmos e prometo te retornar com uma posição mais clara.

Muito obrigada pelo email e post no seu blog!

Raquel"


E aqui o vídeo-resposta:


Vamos torcer para que o trabalho deles dê certo, porque eu curto muito comer macarrãozinho na hora do almoço, mas sem bullying!

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Mulheres de iniciativa

O GIF a seguir foi encontrado no http://qmdisse.tumblr.com/





TODO MUNDO BULINANDO OS GATINHO NA RUA, UHUUUUUL!

Esse negócio de ser mocinha e princesa (veja aqui os mandamentos da princesa da pastora Sarah Sheeva) não tá com nada. O negócio é... O negócio é abordar os gatinhos, ou o seu namorado, ou o seu peguete, ou o seu marido, e fazer o que quiser com ele.

Tchau!



Disclaimer:

A pesar do tom bem humorado do gif, uma grande quantidade de mulheres sofre esse tipo de agressão em ambientes como shows de axé e baladinhas. Por mais que eu ache que algumas delas perpetuam esse tipo de comportamento ao usar roupas quase inexistentes e realmente cederem a tais apelos "super sensuais e atrativos" de alguns caras muito babacas, esses caras muito muito babacas deviam sentir na pele o que é isso pra entenderem que é uma violência. Isso é muito muito chato, desagradável e, no meu caso pelo menos, uncalled for. Qualquer mulher que se respeite, embora ache bacana ser elogiada e receber um ou outro flerte, não acha legal quando um desconhecido te abraça, coloca a mão na sua barriga ou acaricia seus cabelos. Isso é violência, se não física, no mínimo simbólica, então parem com isso.



Então, eu não vou ficar falando sobre feminismo, feminazi, femismo, pseudo-feminismo. Eu me importo (sim, MUITO) com essas questões, mas pros efeitos do Thammy, estou CAGANDO E ANDANDO pro fato de alguma dessas desorientadas (as pertencentes aos grupos citados acima, exceto as feministas mesmo) poderem me interpretar mal.  

segunda-feira, 23 de julho de 2012

entretenimento lixo e bons amigos é tudo que eu preciso.

passei o fim de semana quase todo em casa, curtindo uma ressaca inacreditável. sim, eu tomei três latas de cerveja e parece que virei a noite de sexta feira bebendo gasolina direto do galão. mas se juntaram a mim a thammy marcelinha - ressaqueada como eu - e o casal do coração. vimos uma série sobre a casamenteira dos milionários que trata as mulheres como produtos e os clientes como crianções mimados (bem que eles são mesmo). é revoltante, é de mau gosto, é tevê trash em seu auge. mas o ponto alto mesmo foi a série nova que resolvemos baixar para conhecer. aleatoriamente, escolhemos jane by design. é uma versão tosca e adolescente de o diabo veste prada. não vou me alongar porque esse link já leva para uma sinopse da belezoca (e os capítulos para você baixar e se apaixonar também). claro que odiamos e por isso mesmo tivemos que assistir vários episódios. acabou virando um drinking game: se a gente acerta o que vai acontecer na próxima cena, tomamos um gole. é de terminar o capítulo lambendo o chão. olha, era o que eu precisava: os amigos queridos na minha cama rindo, comendo, vendo bobagem e aproveitando o ócio. e simples assim, mesmo com alguns vômitos e uma dorzinha de cabeça eventual, o fim de semana foi lindo. 



sexta-feira, 20 de julho de 2012

Incompetência Culinária (ou Como eu descobri que sou uma Mulher Moderna)





Eu posso até não me vestir como a maioria das jovenzinhas da minha idade (24), não me comportar como a maioria delas (na maior parte do tempo, pelo menos), mas uma coisa é certa: eu sou o que eles chamam de “mulher moderna”.

Acabei de gastar 3 horas do meu último dia útil de desemprego férias forçadas fazendo cookies, porque a minha TPM estava exigindo um docinho. Gastei, porque os “cookies” ficaram HORROROSOS. Assim, péssimos. Continuo de TPM, mas agora estou arrasada e sem doces.



Semana passada eu decidi fazer um bolo, usando a receita de sempre. Uso uma receita básica do livro “Truques da Cozinha” que a minha mãe me deu uns anos atrás, quando eu disse pra ela que não sabia fazer arroz. O diabo do bolo misteriosamente transbordou da forma e sujou o fogão todo. Ficou metade assado e metade cru, a massa não parava de transbordar por todos os lados e a fumaça da massa queimada no fundo do fogão tomava conta da casa toda.


Olha, eu claramente não tenho talento na cozinha. O meu namorado diz que eu não sei lavar louça. É isso. Sou uma "mulher moderna". De agora em diante comida só congelada, vinda pronta em saquinhos ou direto do restaurante. 

(lágrimas modernas de decepção e frustração escorrendo no meu rosto moderno)



(A imagem do começo do post veio desse site aqui, em um artigo com tópico não relacionado mas que eu até achei interessante. http://www.the-spearhead.com/wp-content/uploads/2010/10/ni-phobia-im-a-modern-woman.jpg)

sábado, 7 de julho de 2012

Novos níveis de humilhação

Depois de tanto tempo passei aqui só para compartilhar que: minha vesícula resolveu virar produtora de pedras (mas assim, centenas de pedrinhas) e tive que tirar a ridícula. Então, depois desse pós operatório gostoso, ficar fechada em casa e quase esquecer que o mundo lá fora existe resolvi dar uma voltinha. Fomos eu e a amiga para uma balada semi-playboy porque programa bom é programa furada, não é mesmo? Só ficamos uma hora na boate mas deu pra encontrar ex cretino, aguentar cantada de menino de 21 anos auto-declarado virgem, encontrar quase-futuro-ficante com a atual e ouvir música estranha. Tudo muito bem, nada além do normal. 
A cereja do bolo é que acabamos a noite no carrinho que vende lasanha na região das prostitutas (todas trabalhadas na elegância). Olha, tava ótimo, eu celebrando a vida com uma massa gordurosa, até que um rato resolveu encrencar comigo. O bichinho saiu correndo de um jardim próximo e veio com tudo pra cima de mim. Levantei, gritei, dei chilique, ele voltou pro jardim. E ficou de lá me ME ENCARANDO. De tempos em tempos o bichinho corria pro meu lado, eu corria dele em pânico (claro, tudo com muita gritaria e faniquitos). E a pessoas olhando e me julgando, porque, né, eu também julgaria. E gente, tenho que dizer que isso foi a coisa mais interessante que me aconteceu assim, no último mês, mais ou menos. Então é isso que eu faço agora, sou humilhada por pequenos roedores em locais públicos. É isso mesmo, obrigada e muitos beijos a todos.


quinta-feira, 10 de maio de 2012

Gordice de quinta-feira.

Num belo dia você ganha dois pacotes de biscoitos caseiros lá da Bahia. Muito espertamente você abre os dois e experimenta pra ver qual você acha mais delicinha pra comer por último - toda boa gordinha sabe apreciar muito bem uma bela refeição e conhece a ordem ideal de comê-las. Aí você acha o Joaquim Teodoro mais interessante que o Primavera. Resultado: come o Primavera todo e, de tanto comer, passa a gostar mais dele e agora só consegue pensar em quantas vezes no cartão dá pra dividir a passagem pra Salvador pra ir comprar mais ou se a Casa de Noca anda pretendendo abrir uma lojinha virtual com delivey interestadual. Alguém tem notícias?

I don't want to stay here, I wanna to go back to Bahia!


segunda-feira, 30 de abril de 2012

Aos 16.

Quando a gente tem 16 anos ir toda sexta pra porta de um shopping é um programão. Tomar cerveja ruim, ir à shows de juninho e esperar a mãe ir buscar depois é rotina. Mas quando a gente tem 16 anos fazemos alguns amigos que achamos que são os únicos e melhores e incríveis. Em grande parte das vezes os amigos que fazemos nessa época são ótimos enquanto ainda são nossos amigos e depois o tempo os afasta, a faculdade, os namorados, a distância. O que não torna essas relações juvenis menos merecedoras do nosso carinho, da lembrança. Mas alguns, em especial, acompanham suas transições de adolescente rebelde gordinha juninha e continuam perto pra ver o que tem por vir depois. Oito anos fazem que a distância, que tinha tudo pra melar a amizade, se tornou corriqueira. E o incrível é se reencontrar depois de um ano sem um abraço ou um choro no colo e sentir como se não nos víssemos há dias.



Até amanhã.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Pela padronização dos pães de sal!

O tamanho do pão de sal é uma referência universal pro tamanho da sua fome. Uma criança come meio, uma pessoa que come pouco come um, uma pessoa que come normal chega a comer dois e por aí vai. É muito simples, a gente tem uma relação com o tamanho do pão de sal e isso influencia nossa compra. Mas o problema é quando você faz um cálculo da quantidade que deve levar para nutrir toda a família e quando chega em casa percebe que o pão daquela padaria específica é mini. E aí você tem que mudar toda a logística, se munir de cream-crackers pra tapar o buraco da fome ou dobrar a quantidade de recheio pra dar peso. Aparentemente, essas indústrias panificadoras andam fazendo chacota com a nossa cara e agora quando você for comprar pão francês vai ter que pedir pra moça pra te mostrar o tamanho do pão antes pra não dar aneurisma de ódio quando chegar em casa e ver o pacote com oito mini pães que equivalem por seis. Será que sou só eu que gostaria de um pouco de regularidade?


Céus, acho que a combinação tpm + cabeça de ex-gordinha + a minha relação levemente adoentada com comida tá me dominando. Afinal de contas, acabei de perceber que 90% de tudo que eu escrevo está relacionado com comida. Haha. Credo!

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Things go better with Coke.

Dias atrás eu escrevi uma mensagem para o SAC da Coca-Cola reclamando que a minha Coca veio com gosto de Coca Zero. Confesso que por alguns instantes fiquei me sentindo uma chata de galocha, mas levantei o nariz e me escondi atrás do pretexto de que eu tenho todo o direito de reclamar quando um produto ou serviço adquiridos não atendem às expectativas.


Dois dias depois recebo um e-mail da Coca-Cola (emoção):


Olá Maria,

É muito bom receber elogios como o seu, o entusiasmo dos nossos consumidores é uma grande motivação para seguirmos oferecendo produtos e serviços cada vez melhores.
Em atenção ao recebimento de sua manifestação, encaminhamos seus comentários ao fabricante responsável de sua cidade, que tomará as devidas providências. Gostaríamos de pedir que preserve o produto, caso ainda não tenha descartado, porque precisaremos identificar algumas informações específicas.
Pedimos a gentileza de aguardar o contato do fabricante.
Permanecemos à disposição!

Coca-Cola Brasil. Abra Felicidade!



Mais três dias (ontem, no caso) recebo um telefonema da operadora de telemarketing mais fofa do Brasil que me fez uma série de perguntas quanto à qualidade do produto, cor, embalagem, cheiro, armazenamento no local de vendas etc. Nessa mesma ligação ela confere comigo a quantidade de garrafas que comprei (três de 2,5L) e sabe o que aconteceu hoje? UM MOÇO DA COCA-COLA VEIO AQUI EM CASA TRAZER COCA PRA MIM! É isso mesmo, Brasil! Além de me encherem de mil desculpas, recolheram a garrafa que eu havia guardado para fazer análises e me ressarciram das três Cocas bichadas que eu comprei.




Isso serviu para três coisas muitíssimo importantes:

1- Me mostrar que ser chata tem seus benefícios.
2- Provar que a Coca-Cola é magia e é felicidade.
3- Abastecer minha geladeira com Coca pro feriado.

Agora eu vou mandar uma nova mensagem ao SAC da Coca, dessa vez agradecendo a atenção de todos os envolvidos e é claro, passando o link do blog. Vai que numa dessas a gente fica com a Coca-Cola como seguidora, né? Ia ser RICO!

Bom feriadão!


quarta-feira, 28 de março de 2012

Querido Sr. Coca-Cola,

O limite que define se você é apenas uma pessoa que luta por seus direitos ou uma pessoa chata por natureza é tênue. Hoje, mais uma vez, eu exerci o meu direito como consumidora (lembram do Sr. Mentos e do Sr. Adams?) e dessa vez o alvo foi um pouco maior. Segue abaixo a mensagem enviada pelo Serviço de Atendimento ao Consumidor da Coca-Cola do Brasil:




"Boa noite!

Acredito que vocês, como empresa grandiosa e multinacional que são, devam receber inúmeras mensagens de remetentes aleatórios muitas vezes preocupados apenas em gastar vossos preciosos tempos. No entanto, eu não costumo me envolver em tarefas que sejam feitas genuinamente para desperdiçar tão valioso recurso.

Sou uma consumidora voraz de Coca-Cola. Acredito que existam consumidores mais vorazes, mas sou bastante fiel ao produto de vocês. Em minha casa são consumidos uma média de três litros de Coca por dia. Numa análise geral, comparando a venda de 3L perto da quantidade de litros que vocês vendem por dia, pode não parecer nada, mas para mim é muito. Fazendo um breve cálculo (tomando como base o valor de uma garrafa de 2L R$3,56), gasto uma média de R$1950,00 por ano apenas comprando Coca-Cola pet para minha residência, sem contar, é claro, com os gastos em lanchonetes e restaurantes. Acho relevante lembrar que a minha paixão/vício é tão grande que já deixei de frequentar estabelecimentos que passaram a vender apenas Pepsi e seus companheiros de marca. Expus todo esse histórico para afirmar que, como boa conhecedora de causa, sei diferenciar muito bem uma Coca-Cola tradicional de uma Coca-Cola Zero (e coloco aqui que simplesmente abomino o sabor adocicado do aspartame da versão sem açúcar do produto de vocês).

Finalmente, a problemática que rege essa mensagem é a seguinte: comprei no mercado Mercadorama, localizado na avenida Victor Ferreira do Amaral em Curitiba-PR, três garrafas de Coca-Cola 'normal' de 2,5L nessa semana. Ao beber da primeira, senti um gosto muito forte de Coca ZERO e o mesmo aconteceu na segunda garrafa e hoje, ao abrir a terceira, mais uma vez senti esse sabor. O problema é que não consigo beber Coca Zero, então, fui obrigada a jogar fora todo o conteúdo das primeiras garrafas e comprar outras garrafas (dessa vez de 1L e 2L, que por sorte não tinham o mesmo sabor). Acho que talvez possa ter havido um erro no processo de embalagem dessas garrafas, que são todas do mesmo lote.

Inscrição impressa nas garrafas:

PR VAL 111612
3084723P130312
PET-PCR

Venho então, por meio desta mensagem, declarar minha insatisfação e saber o que pode ser feito para reverter este problema. Inclusive, não me desfiz do conteúdo da terceira garrafa (que não será bebido), caso achem por bem fazer algum tipo de análise.

Desde já, muito obrigada!"



No momento da postagem, fiz um breve cadastro passando dados pessoais, e-mail, telefones e referências para encontrarem meu Facebook, Twitter e coisas do gênero caso precisem me contactar. Depois não sei como meus contatos entram pra essas listas misteriosas de spam, mas ok. Tendo um retorno, informo vocês. Beijos.


terça-feira, 27 de março de 2012

rinite alérgica me faz bem

Tô com uma dor de cabeça assassina desde quinta-feira, tudo culpa desse tempo seco maldito. Nem dormir abraçada com o meu umidificador tem funcionado, então resolvi pegar um caminho mais direto e fui comprar um antialérgico ali na <3 farmácia <3

Voltei linda e de batom novo:
E nua e exibicionista. E de esmalte novo pra tentar me jogar naquela onda nova da unha com ~brocal~ nas pontinhas:
Então é isso. Um beijo de quem adora ficar doente!

segunda-feira, 26 de março de 2012

Limite pra quê?


Em geral, as pessoas acreditam que a maneira como nos vestimos acaba sendo um fato determinador do que somos por dentro. Se isso é fato, se nos utilizamos das roupas que temos para demonstrar nosso interior, posso afirmar que eu e a Cris somos personificações do excesso e da falta de noção.

Sabe aquele momento em que você olha pro guarda-roupa e não vê NADA? Quando você tem uma ocasião importante, quando quer parecer inteligente ou sensual e tenta se munir de uma vestimenta adequada e constata que, na verdade, você não tem roupa nenhuma? Nós passamos por isso todos os dias. To-dos os di-as. E todos os dias também, a gente entra numa pseudo crise de casal com uma apontando o dedo pra outra, com olhares tristes, afirmando que uma tem mais roupa que a outra. É isso mesmo. Amizade é isso. Tem gente que sente necessidade de um equilíbrio de poder na relação, outras pessoas precisam de carinho, nós duas precisamos, basicamente, ter a mesma quantidade de roupas. O nível de sanidade alcançou patamares tão insanos que achamos por bem contabilizar nossos guarda-roupas.

A contagem ficou assim:

Saias - Cris: 34 / Lika: 48
Vestidos - Cris: 66 / Lika: 51
Casacos - Cris: 28 / Lika: 38
Calças - Cris: 7 / Lika: 15
Shorts - Cris: 4 / Lika: 14
Blusas e afins - Cris: 47 / Lika: 83
Sapatos e afins - Cris: 51 / Lika: 44



O que era pra ser uma solução para nossa crise se tornou uma vontade poderosa e incontrolável de ir pra um desses bazares de igreja/asilo/creche comprar roupa de baciada pra acalmar os ânimos. E só pra constar, mesmo depois de contar esse QUARTO INTEIRO cheio de roupas, nós ainda temos o disparate de reclamar e choramingar pelos cantos todos os dias no momento decisivo de escolher o look do dia. Sim, nós não temos roupa!

sexta-feira, 16 de março de 2012

Pudim hummmmmmmmmmmmmm



Almoço de sexta-feira com colegas de trabalho no self service. Almoçamos lá porque tem aquela feijoada pra tapear a sexta-feira e um pudim de leite excelente pra sobremesa (eu me chamo de gorda o dia todo, então comi uma gelatina sabor verde *depressão*).

Terminamos de comer e um colega diz pro outro: "Olha o gordinho, tá todo feliz porque comeu pudim!"
O gordinho não esboça reação e pega um guardanapo para limpar o rosto.
O gordinho olha em volta, como quem procura alguma coisa. A outra colega, muito espirituosa, pergunta: "Tá procurando o que, mais pudim?"

RISOS
Chamou de gordo.

quarta-feira, 14 de março de 2012

A vizinha gorda.

Além de ser o meu vizinho mais bonito da época, Gustavo também era irmão da minha melhor amiga Gabriela. Tudo se justificava com o passar do tempo: eles eram mais velhos que eu, na casa dos vinte e poucos anos e eu com dezessete. Eram fascinantes as manobras que eles faziam para me colocar dentro das festas curitibanas aonde somente era permitida a entrada de maiores de dezoito anos. Éramos um grupo que se divertia e acabei me envolvendo com Gustavo, um dia ele me olhou e disse que eu era bonita e desde passamos a nos encontrar escondidos e foi um romance louco e explosivo. Era escondido porque nossas mães eram amigas e minha mãe o achava um cara babaca e me mataria se soubesse de algo, a mãe dele não me aprovaria por eu ser pobre, já que ela sonhava com um casamento promissor para o filho (uma vez que nem o segundo grau ele havia terminado).
Mas o escondido ficou público quando fomos pegos juntos, por nossas mães, na frente da minha casa. Foi um bafafá maluco e minha mãe me fez prometer que não ficaria mais com ele. Prometi de dedos cruzados, mas o fiz.

Uma tarde de inverno, ele tocando violão na varanda de sua casa e quando me viu passar, me convidou pra entrar. Entrei, ninguém estava em casa e ficamos naquela situação de mão lá, aqui... A porta da sala se abre e a mãe dele fica chocada com a cena no sofá. Quero deixar bem claro que estávamos vestidos, mas tudo parecia chocar a mãe dele. Depois disso, ela contou até para o padre sobre minha conduta, resultando numa grande confusão. Até que minha amiga Gabriela veio ter uma conversa muito séria comigo. Ela disse em letras garrafais: Amanda, desista! Meu irmão nunca vai namorar você porque você é gorda! GORDA!

Tudo bem que eu realmente era gorda, mas isso não desqualifica você de namorar alguém, de tirar seu direito de se apaixonar, de ser gente e ser respeitada. Eu não precisava namorar o irmão dela e também não precisava de amigos assim ao meu redor, afinal de contas, eu só era a vizinha gorda e o assunto foi arquivado.
Os anos se passaram, eles na casa dos trinta, eu na casa dos vinte. E olha a triste conspiração do destino: Gustavo se casou e depois da gravidez, sua esposa ficou obesa. Gabriela também é mãe e engordou absurdamente. Imagino que ela deva usar 44 e seu manequim 34 ficou somente nas fotografias. Bom, eu tô bonita e sempre que os encontro na rua, sinto que eles acham o mesmo, principalmente Gustavo! Uma pena.


Este texto é mais uma colaboração graciosa pro Thammy! Dessa vez foi a Ariadne que decidiu compartilhar. Se alguém chamou algum de vocês de gordo, se sofreram bullying ou se simplesmente têm alguma história engraçadinha que queiram compartilhar, é só mandar pra gente: tamechamandodegorda@gmail.com

Tá me chamando de gorda comenta: tudo bem que passar do 34 pro 44 é um ganho considerável de massa corpórea, mas continuamos achamos que as 44 são todas umas lindas!

segunda-feira, 5 de março de 2012

Frankly my dear, I don't give a damn

Gente vamos direto ao ponto porque dignidade é para os fracos.

Durante a terceira transa, eu disse DURANTE, o cara diz:

VÊ SE EMAGRECE PRA MIM QUE EU GOSTO DE MULHER MAGRA!

Pausa dramática.

Oi?

Tudo bem que ontem eu levei um susto quando subi na balança e percebi que estou quatro quilos acima do peso. Tudo bem, seis. Mas deve ser porque nos últimos meses eu tenho sofrido o que podemos chamar de Bullying Cósmico e a boa forma física não tem sido exatamente o item numero um da minha lista de prioridades.

Mas e o par de seios maravilhosos que custaram R$12.000,00 dinheiros??? Isso mesmo minha gente, seis mil cada tá?! Não contam? E todo o resto maravilhoso que sou, também não conta?

Afinal, eu pergunto, como proceder numa situação como essa?

1.Você dá um tapa na cara do sujeito.

2.Você broxa.

3.Compra óculos pra ele;

4.Você fala pra ele te ligar quando você estiver anoréxica.

5.Você pede pra ele engordar e pintar o cabelo porque você não gosta muito de homens
ossudos e loiros.

6.Você diz que emagrece sim, se ele aumentar o tamanho do pênis.

7.Escreve um post bem humorado pro tammy e vai amar o próximo.



Este texto é uma colaboração da querida Lud Castro que também anda se perguntando se o mundo a está chamando de gorda. Se quiser colaborar também, manda e-mail pra gente no tamechamandodegorda@gmail.com.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Síndrome de Regina George

O mundo feminino é uma coisa muito complicada.
É difícil ficar sã com todo esse estrogênio circulando por aí. E não só o meu!

Eu sempre tive poucas amigas mulheres, e quando tive, dificilmente foram amizades duradouras.

Não sei o que há com a gente, mas fato é que temos o dom de potencializar pequenas chateações e transformá-las em em verdadeiros dramas, quando não guerras.

Guerras territoriais, guerras de status e guerras de egos.

São guerras de verdade, onde seus amigos mais próximos se tornam soldados no campo de batalha e conhecidos são categorizados como aliados ou amigos do inimigo.
Cada passo que se dá na rua se torna um sofrido movimento, meticulosamente calculado, e não se descansa porque há o constante medo de um ataque perigoso que pode chegar das mais diversas formas possíveis: um email sem pé nem cabeça na caixa de entrada do seu namorado, um comentário debochado nos poucos 140 caracteres do twitter, uma ameaça cheia de ódio na inbox do seu facebook ou um cutucão no seu ombro no meio da cantina da faculdade.

São noites sem sono, interrupções do seu cérebro maluco, raivoso e paranóico no decorrer do dia e um círculo social abalado porque ninguém mais aguenta o papo repetitivo e ter que viver dentro de um disse que disse.

A verdade é que somos todas um bando de tiranas, nos regojizando com o pequeno prazer mórbido de desfilar na rua com o sapato mais alto, o cabelo mais lustroso, o batom mais vemelho ou de mãos dadas com o garoto mais bonito.


sábado, 18 de fevereiro de 2012

surrealistas, me deixem em paz.

turminha, eu sei que ando sumida do blog. eu me mudei para a linda curitiba, passei no vestibular da federal - me tornando oficialmente a adolescente mais velha do mundo -  e acabei deixando a peteca cair aqui. mas não se preocupem que nesse período tive diversas aventuras que aos poucos vou postando para a alegria geral. por enquanto eu só queria compartilhar a noite passada. 
vim visitar a família em belo horizonte e resolvi ir pro bar da baixaria com a moçada, né? a festa já começou com um climão com o amigo. mas nem deu tempo de curtir as bad vibes, pois já fui logo encontrando um ex peguete (desses bem legais que telefonam bêbados de madrugada falando que ligaram o número errado) que anunciou para todo o bar que eu era a esposa/ mulher da vida dele. óbvio que quando eu não quis consumar o matrimônio ele ficou nervoso e fez uma cena, mas tudo bem. porque nessa altura o mendigo (sim, que mora na rua e tal) já tinha cismado comigo e estava me contando toda a sua história de vida, seu problema com drogas e a temporada na cadeia. enquanto eu tentava me desvencilhar dessa sessão de terapia gratuita, não antes de escutar bastante e dar muitos conselhos (porque tamos aí pra isso mesmo), um menino de 19 anos decide me explicar por que a psicologia é uma cilada e as pessoas não mudam. e olha, no saldo da noite esse foi o meu preferido, que pelo menos ele disse que eu tinha 21 anos, abençoado seja. eu viro as costas para o teen, tem um rapaz obeso mórbido tropeçando de bêbado (problema nenhum com gordinhos, mas o cara tava enrolando a língua e ameaçando cair em cima de mim, vislumbrem). enfim, o jovem variava entre me dizer como meus olhos eram tão brilhantes e explicar que era viciado em álcool e todas as questões envolvidas. saí de perto desse primor somente para arrumar um policial stalker, conhecer caras que me convidaram para fumar crack embaixo do viaduto e finalmente reencontrar o mendigo. 
exausta de tanta emoção, reúno o casal amigo e vamos dividir um taxi. passando pela zona de prostituição das travestis o taxista se anima, mexe com todas as meninas e compartilha que é amiguinho delas, que eles trocam favores e de vez em quando ele dá uma paradinha ali e elas o deixam "conferir a mercadoria". ah, e que quando um homem fica com homem e mulher fica com mulher acontece uma coisa mágica, misteriosa e muito bonita. (gente, sou absolutamente pró amor gay, mas foi um momento SURREAL, vocês não têm noção).
juro, isso foi uma noite. depois, quando eu digo que só quero um pouco de tédio na vida, as pessoas riem de mim. vou ali tomar uma coca cola pra ver se eu recupero as forças, que hoje é carnaval. bons pulos a todos e até a próxima!
 

Que isso, gordinha?


Enough said.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O fim do mundo foi em 2006.

Em 2005 eu conheci a Cris. No fim daquele ano resolvemos ir pra praia passar o ano novo. Começamos a aventura com nove horas de viagem em um palio, com cinco adultos, um pacote tamanho família de Magitlec e nenhum aparelho de som. Em resumo, foram nove horas de Dancing Queen à capela, executado com maestria, por nós duas.

Daí alguém teve a brilhante idéia de comentar que alguém escreveu não sei onde que o fim do mundo previsto no calendário maia/inca/celta era - tcharaaam! - naquele ano, é claro. Já que estávamos isolados, sem tv e internet, resolvemos levar o assunto à sério e fizemos uma lista com as coisas que gostaríamos de fazer antes de morrer. A lista envolvia mil futilidades e uma delas era ter um filho. Concordamos que como já havia passado o Natal e que, com isso, teríamos menos de uma semana de vida, resolvemos que não haveria tempo hábil pra isso acontecer... er... naturalmente.

Passamos então uns cinco dias preocupadíssimas com essa questão e nossa diversão era planejar como roubariamos uma criança já pronta na praia pra fingir que era nossa (quando eu digo nossa eu falo de pelo menos umas cinco mulheres desesperadas). Uma, a mais fofinha, ia distrair a mãe enquanto eu e a Cris dançaríamos Dancing Queen (não me pergunte o porquê) e a mais ligeira iria pegar a criança e fugir, daí seríamos felizes para sempre 5 mães e uma criança sequestrada por cinco dias.

No fim das contas, não roubamos nenhuma criança, tomamos um porre FENOMENAL, que ficou marcado na nossa história como o Porre do Fim do Mundo, seguido da ressaca do fim do mundo, comemos, bebemos, dançamos Dancing Queen. E veio 2006, veio 2007, veio 2008, veio 2009, veio 2010, veio 2011 e cá estamos em 2012. Relembrando muitos de infinitos momentos malucos, inusitados, poéticos, chorosos, doídos. E é sempre gostoso, sempre. Mais ainda é imaginar que tantas outras coisas incríveis estão por vir, vamos começar comemorando o hoje: feliz aniversário, Cris. Eu te amo.

Praia de Setiba, dezembro de 2005



sábado, 14 de janeiro de 2012

A forma madura de resolver conflitos em fraternidade.

Aqui na nossa família, gente burra nasce morta. E a minha sparkling princess Maria Cristina Horta passou com louvores no vestibular da UFPR, mesmo estando fora da escola há uns... quator... err... há uns anos. Com essa vitória alcançada (ishalá!), ela tá de mudança pronta e tá se mudando pra Curitiba, pra nossa casinha listrada, que a partir de agora, vai ser carinhosamente chamada de Sororoty Alpha Fucking Methanfetamina Gummy, como devem ser essas fraternidades mágicas e gringas que têm brasões em que moram universitárias (porque, aleluia, eu passei na UTFPR e agora a gente pode!).

Pessoas normais, nessa situação se preocupariam com coisas de extrema relevância, como: aluguel, contas, mudança, goteiras, infiltrações, faxineira, ração pros gatos, lanches nutritivos... Mas nós duas, como somos muito mais radicais que as pessoas normais, estamos mesmo é preocupadas com: A FESTA DE INAUGURAÇÃO DA SOROROTY + boas vindas pra ela na cidade dos homens + parabéns porque a gente passou no vestibular + aniversário das duas.

Acompanhem o andar da carruagem:

Cris:
então, vamas marcar a festa? quer deixar pra semana seguinte? ou vamos fazer na balbúrdia sábado a tarde?

Lika:



Lika: eu voto em pedra.
aliás, vamos juntas, né? haha.

Cris: hahaha
senão eu já ganho

Lika: um do lá si vamos iiiiiii

Cris: pedra

Lika: merda, coloquei tesoura

Cris: hahaha, ganhei.
mas o que estamos disputando mesmo?

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Trago a pessoa amada de volta em três dias.

Todo mundo já ficou na fossa um dia. E cada um tem seu jeito de reagir: tem gente que chora, que grita, que xinga, que bebe, que come. Sou super crente das teorias de que o chocolate faz nascer bolinhas de alegria dentro do seu corpo e que levam a dor embora e por aí vai. Mas muitas vezes a dor-de-cotovelo vem de mãos dadas com uma vontade incontrolável de ter seu amor de volta. Eu não sou lá muito fã desse vai-e-vem das relações, mas acontece.

Daí essa semana eu recebi quatro e-mails muitíssimo interessantes - todos do mesmo remetente, é claro - intitulados:

- Como esquecer um amor?
- Como impressionar uma mulher quando você não é rico nem famoso...
- Regras e truques para seduzir um homem
- Os 7 erros da reconquista

Eu acho incrível que existam por aí profissionais que vivem para reatar os laços perdidos da união afetiva, mas tudo bem, tudo bem, eu só não entendo mesmo porque eles ficam mandando e-mail pra mim. Mas como eu sou uma bela apreciadora das inúmeras aplicações que essas mensagens podem ter, vou compartilhar com vocês alguns highlights dessas pérolas de e-mail antes que eu implore pra eles me retirarem desse banco de contatos ou antes mesmo que eu enlouqueça me perguntando quem vendeu meu endereço - e o de tantos outros, é claro - pra essa empresa super respeitosa, mas que não se encaixa bem na minha linha de atuação em casos de emergência.



Vamos lar!

- Eu acredito no amor. Não confunda fim de relacionamento com fim de amor. As coisas acabam às vezes, mas quando há amor, quase sempre é possível consertar as coisas. pausa dramática Quase sempre. Mas há alguns casos em que o amor não basta...

- Quem não conhece o pirata amante de rum que é totalmente desastrado e engraçado? Ou o vampiro e lobo que disputam o amor de uma linda garota? Mas é melhor deixar tudo isso de lado e voltar à realidade. A maioria de nós não somos atores de Hollywood, muito menos magnatas do petróleo. Infelizmente.

A atração funciona de forma diferente em homens e mulheres... Enquanto nós, homens, somos atraídos principalmente pelos atributos físicos das fêmeas... as mulheres são atraídas emocionalmente! clap clap clap Você deve ativar os gatilhos da atração! Reflita.

- Para que a mulher consiga conquistar um homem, é necessário que ela saiba explorar todos os seus pontos. Como desejo da mulher é fazer com que os homens curvem-se quando ela passar, o ideal é que ela saiba seduzir sem se tornar vulgar. Entendido?

Sério, os e-mails são bons demais! Quem quiser aprender mais ou, quiçá, comprar um dos pacotes, me fala que eu encaminho por e-mail, até poderia colocar aqui os links de referência, mas antes disso, teria que verificar com o profissional se ele tem algum setor na empresa dele direcionado a investimentos à publicidade. risos

Au revoir!

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Zica no ano novo é tendência.

Esse fim de ano foi uma loucura das grandes. Trabalhando em loja de shopping e fazendo horas extras bastantes pra me render quatro dias de folga em janeiro, não tive tempo para fazer as unhas, depilar as pernas, cozinhar, limpar a casa e quiçá postar aqui. Daí o Natal passa (graças a Deus - turuntá!) e eu fico curtindo o cansaço por uns dias até que... vem o réveillon.

Minha virada de ano foi tão inusitada que, na minha concepção, falar dela aqui agora até vai compensar meu período ausente. Tudo começou com uma idéia de girico (minha, é claro) de acampar no ano novo. Acontece que eu e meu namorado vamos viajar nas minhas benditas folgas de janeiro e eu achei que seria bacana gastar pouco no fim de ano pra economizar. Então ele agilizou as coisas e achou um camping "roots" pra gente: 20 pilas por noite por pessoa, achei magia, achei sedução. Só que pra acampar a gente precisa antes de tudo de uma barraca. Depois de passear na Leroy Merlin e na Havan acabamos comprando a mais barata de todas num supermercado.

Chega o dia 30, pegamos o carro e vamos à luta. Primeira parada: Parque Estadual Vila Velha, onde fizemos uma trilha de 2,6km no meio de formações rochosas milenares e num bosque. Seguimos, depois disso, até chegarmos no camping da Dora. Delícia. Montamos a barraca, fomos até a cidade jantar e voltamos.

Tirando catota em frente às formações rochosas milenares.

Até então tudo nos trinques. Mas daí a noite já começou a azedar quando percebemos que esquecemos os travesseiros. Daí começa a chover. De repente, a chuvinha virou um temporal e eu só percebo que a situação está preocupante quando sinto que meus cabelos estão molhados. E os meus pés. E o edredon e o cobertor. Lá pelas tantas da madrugada, depois de padecer de pânico e desespero, dormimos e quando acordamos percebemos que só nos safamos porque estávamos em um colchão inflável que, literalmente, boiou na barraca. Documentos, celular, tudo alagado. Toalhas, roupas de cama, roupas, tênis: encharcados.

Eu bem feminina martelando os pinos da barraca: tudo em vão.

Já cabisbaixos resolvemos curtir o dia, sem pensar no amanhã e fomos fazer um passeio até a cachoeira que tinha lá e o que tinha no caminho? Uma COBRA. Que eu quase pisei em cima, andando destrambelhadamente pelo mato e que ficou fazendo aquele barulinho de chocalho quando eu saí correndo e pulando em cima de umas pedras no mesmo instante que o Arthur me recomendou que eu ficasse parada. Ótimo. Tamo fodido mesmo, vamos passear, pensamos. Fomos ao parque vizinho fazer uma trilha. Fomos andando alegremente (debaixo de chuva) até chegarmos ao mirante que dava vista pro cânion de Guartelá, lindíssimo.

O problema é que chegando lá, a 2,5km do ponto inicial eu simplesmente fico com uma dor de barriga incontrolável. Daquelas que você entrega os pontos e aceita fazer cocô em qualquer lugar, nem que seja nas calças. Tinha um banheiro "perto": 1900m. O que eu fiz? SAÍ CORRENDO. Chorando. Fechava os olhos e chorava e corria. Bem legal mesmo. Cheguei no banheiro mais próximo: não tinha papel, só chuveiro. O que eu tive que fazer? Me aliviar por lá mesmo e depois tomar um banho gelado. Depois disso mais 1km de subida - daquelas dignas de Ouro Preto e voltamos pro camping.

Nessa altura do campeonato eu só queria vir pra casa, comer, ver uma série e dormir. Mas resolvemos ir até a cidade mais próxima procurar uma pousada. A que tínhamos visto inicialmente custava 220 a diária (ótimo pra quem queria economizar), com plotters de fotos de casal do estúdio Sonora espalhados pelos corredores. A gente já tava tão cansado e desesperado que até iriamos ficar lá até que a moça da recepção disse que se a gente fumasse no quarto teria que pagar mais duas diárias de multa. Lindo. Fomos procurar outro lugar. Achamos uma pousada bacaninha, pertinho, mais em conta e não satisfeitos, dissemos que olharíamos mais algumas e voltaríamos logo. Só vimos lixo e voltamos, daí o senhor da recepção disse que não tinham mais vagas. Eu começo a entrar em colapso e pensar: meu Deus do céu, minha vida acabou, são oito da noite do dia 31 e eu vou ter que começar o ano imunda e dormir no carro. Aí o senhor ri da nossa cara e disse que era pegadinha.

Olha que riqueza!

Fomos tomar banho e dar uma volta na cidade. Às 22h estávamos de volta e o que eu fiz? Dormi. Acordei com o Arthur enchendo a banheira do quarto - que tava estragada - com água do chuveiro usando o isopor de 9L que levamos. No fim das contas, tomamos vinhos, ouvimos os vizinhos tocando pagode até altas horas, comemos comida fria: tudo de bom.

No dia primeiro, arrumamos tudo para voltar: 3 horas de viagem e estávamos em Curitiba. Resolvemos procurar algum lugar aberto pra almoçar e passamos outras 2 horas e meia rodando até que, exaustos, desistimos, viemos pra casa e almoçamos, como reis, CupNoodles.

E o que a gente aprendeu com tudo isso? Que eu sou patricinha e preciso de conforto, que não é legal fazer movimentos bruscos na frente de cobras, que é legal sempre tentar ir ao banheiro fazer o número 2 antes de sair para longas caminhadas e que boa companhia releva as coisas chatas. Feliz 2012!