segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Zica no ano novo é tendência.

Esse fim de ano foi uma loucura das grandes. Trabalhando em loja de shopping e fazendo horas extras bastantes pra me render quatro dias de folga em janeiro, não tive tempo para fazer as unhas, depilar as pernas, cozinhar, limpar a casa e quiçá postar aqui. Daí o Natal passa (graças a Deus - turuntá!) e eu fico curtindo o cansaço por uns dias até que... vem o réveillon.

Minha virada de ano foi tão inusitada que, na minha concepção, falar dela aqui agora até vai compensar meu período ausente. Tudo começou com uma idéia de girico (minha, é claro) de acampar no ano novo. Acontece que eu e meu namorado vamos viajar nas minhas benditas folgas de janeiro e eu achei que seria bacana gastar pouco no fim de ano pra economizar. Então ele agilizou as coisas e achou um camping "roots" pra gente: 20 pilas por noite por pessoa, achei magia, achei sedução. Só que pra acampar a gente precisa antes de tudo de uma barraca. Depois de passear na Leroy Merlin e na Havan acabamos comprando a mais barata de todas num supermercado.

Chega o dia 30, pegamos o carro e vamos à luta. Primeira parada: Parque Estadual Vila Velha, onde fizemos uma trilha de 2,6km no meio de formações rochosas milenares e num bosque. Seguimos, depois disso, até chegarmos no camping da Dora. Delícia. Montamos a barraca, fomos até a cidade jantar e voltamos.

Tirando catota em frente às formações rochosas milenares.

Até então tudo nos trinques. Mas daí a noite já começou a azedar quando percebemos que esquecemos os travesseiros. Daí começa a chover. De repente, a chuvinha virou um temporal e eu só percebo que a situação está preocupante quando sinto que meus cabelos estão molhados. E os meus pés. E o edredon e o cobertor. Lá pelas tantas da madrugada, depois de padecer de pânico e desespero, dormimos e quando acordamos percebemos que só nos safamos porque estávamos em um colchão inflável que, literalmente, boiou na barraca. Documentos, celular, tudo alagado. Toalhas, roupas de cama, roupas, tênis: encharcados.

Eu bem feminina martelando os pinos da barraca: tudo em vão.

Já cabisbaixos resolvemos curtir o dia, sem pensar no amanhã e fomos fazer um passeio até a cachoeira que tinha lá e o que tinha no caminho? Uma COBRA. Que eu quase pisei em cima, andando destrambelhadamente pelo mato e que ficou fazendo aquele barulinho de chocalho quando eu saí correndo e pulando em cima de umas pedras no mesmo instante que o Arthur me recomendou que eu ficasse parada. Ótimo. Tamo fodido mesmo, vamos passear, pensamos. Fomos ao parque vizinho fazer uma trilha. Fomos andando alegremente (debaixo de chuva) até chegarmos ao mirante que dava vista pro cânion de Guartelá, lindíssimo.

O problema é que chegando lá, a 2,5km do ponto inicial eu simplesmente fico com uma dor de barriga incontrolável. Daquelas que você entrega os pontos e aceita fazer cocô em qualquer lugar, nem que seja nas calças. Tinha um banheiro "perto": 1900m. O que eu fiz? SAÍ CORRENDO. Chorando. Fechava os olhos e chorava e corria. Bem legal mesmo. Cheguei no banheiro mais próximo: não tinha papel, só chuveiro. O que eu tive que fazer? Me aliviar por lá mesmo e depois tomar um banho gelado. Depois disso mais 1km de subida - daquelas dignas de Ouro Preto e voltamos pro camping.

Nessa altura do campeonato eu só queria vir pra casa, comer, ver uma série e dormir. Mas resolvemos ir até a cidade mais próxima procurar uma pousada. A que tínhamos visto inicialmente custava 220 a diária (ótimo pra quem queria economizar), com plotters de fotos de casal do estúdio Sonora espalhados pelos corredores. A gente já tava tão cansado e desesperado que até iriamos ficar lá até que a moça da recepção disse que se a gente fumasse no quarto teria que pagar mais duas diárias de multa. Lindo. Fomos procurar outro lugar. Achamos uma pousada bacaninha, pertinho, mais em conta e não satisfeitos, dissemos que olharíamos mais algumas e voltaríamos logo. Só vimos lixo e voltamos, daí o senhor da recepção disse que não tinham mais vagas. Eu começo a entrar em colapso e pensar: meu Deus do céu, minha vida acabou, são oito da noite do dia 31 e eu vou ter que começar o ano imunda e dormir no carro. Aí o senhor ri da nossa cara e disse que era pegadinha.

Olha que riqueza!

Fomos tomar banho e dar uma volta na cidade. Às 22h estávamos de volta e o que eu fiz? Dormi. Acordei com o Arthur enchendo a banheira do quarto - que tava estragada - com água do chuveiro usando o isopor de 9L que levamos. No fim das contas, tomamos vinhos, ouvimos os vizinhos tocando pagode até altas horas, comemos comida fria: tudo de bom.

No dia primeiro, arrumamos tudo para voltar: 3 horas de viagem e estávamos em Curitiba. Resolvemos procurar algum lugar aberto pra almoçar e passamos outras 2 horas e meia rodando até que, exaustos, desistimos, viemos pra casa e almoçamos, como reis, CupNoodles.

E o que a gente aprendeu com tudo isso? Que eu sou patricinha e preciso de conforto, que não é legal fazer movimentos bruscos na frente de cobras, que é legal sempre tentar ir ao banheiro fazer o número 2 antes de sair para longas caminhadas e que boa companhia releva as coisas chatas. Feliz 2012!


6 comentários:

  1. O que eu aprendi: tenho que passar o próximo reveillon com você! PS: Pelo menos o Tuz é lindo.

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  2. Nossa, Lika... eu morava em Ponta grossa.. acampei demais por lá... até em dias q estava um frio abaixo de Zero e não conseguiamos dormir de tanto frio... o PR é lindo !!! mas acampar eu acho q não dou mais conta!!!
    bom ano novo pra vc!!!
    Bjos

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  3. Vocês fizeram, literalmente, o maior programa de índio... Quando se é jovem e se ama tudo vale. Vale pelo menos uma história pra contar, muito boa por sinal. Mas tem uma regrinha básica para esse tipo de aventura: SEMPRE leve um rolo do papel higiênico, uma garrafa de água, uma lanterna e um canivete. Esse é o kit básico para aventureiros de fim-de-semana. Amo vocês, lindos...

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  4. Juro que essas coisas todas eu levei. Só faltou o juízo e o bom senso, que ficaram em casa. Hahaha.

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