quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O fim do mundo foi em 2006.

Em 2005 eu conheci a Cris. No fim daquele ano resolvemos ir pra praia passar o ano novo. Começamos a aventura com nove horas de viagem em um palio, com cinco adultos, um pacote tamanho família de Magitlec e nenhum aparelho de som. Em resumo, foram nove horas de Dancing Queen à capela, executado com maestria, por nós duas.

Daí alguém teve a brilhante idéia de comentar que alguém escreveu não sei onde que o fim do mundo previsto no calendário maia/inca/celta era - tcharaaam! - naquele ano, é claro. Já que estávamos isolados, sem tv e internet, resolvemos levar o assunto à sério e fizemos uma lista com as coisas que gostaríamos de fazer antes de morrer. A lista envolvia mil futilidades e uma delas era ter um filho. Concordamos que como já havia passado o Natal e que, com isso, teríamos menos de uma semana de vida, resolvemos que não haveria tempo hábil pra isso acontecer... er... naturalmente.

Passamos então uns cinco dias preocupadíssimas com essa questão e nossa diversão era planejar como roubariamos uma criança já pronta na praia pra fingir que era nossa (quando eu digo nossa eu falo de pelo menos umas cinco mulheres desesperadas). Uma, a mais fofinha, ia distrair a mãe enquanto eu e a Cris dançaríamos Dancing Queen (não me pergunte o porquê) e a mais ligeira iria pegar a criança e fugir, daí seríamos felizes para sempre 5 mães e uma criança sequestrada por cinco dias.

No fim das contas, não roubamos nenhuma criança, tomamos um porre FENOMENAL, que ficou marcado na nossa história como o Porre do Fim do Mundo, seguido da ressaca do fim do mundo, comemos, bebemos, dançamos Dancing Queen. E veio 2006, veio 2007, veio 2008, veio 2009, veio 2010, veio 2011 e cá estamos em 2012. Relembrando muitos de infinitos momentos malucos, inusitados, poéticos, chorosos, doídos. E é sempre gostoso, sempre. Mais ainda é imaginar que tantas outras coisas incríveis estão por vir, vamos começar comemorando o hoje: feliz aniversário, Cris. Eu te amo.

Praia de Setiba, dezembro de 2005



sábado, 14 de janeiro de 2012

A forma madura de resolver conflitos em fraternidade.

Aqui na nossa família, gente burra nasce morta. E a minha sparkling princess Maria Cristina Horta passou com louvores no vestibular da UFPR, mesmo estando fora da escola há uns... quator... err... há uns anos. Com essa vitória alcançada (ishalá!), ela tá de mudança pronta e tá se mudando pra Curitiba, pra nossa casinha listrada, que a partir de agora, vai ser carinhosamente chamada de Sororoty Alpha Fucking Methanfetamina Gummy, como devem ser essas fraternidades mágicas e gringas que têm brasões em que moram universitárias (porque, aleluia, eu passei na UTFPR e agora a gente pode!).

Pessoas normais, nessa situação se preocupariam com coisas de extrema relevância, como: aluguel, contas, mudança, goteiras, infiltrações, faxineira, ração pros gatos, lanches nutritivos... Mas nós duas, como somos muito mais radicais que as pessoas normais, estamos mesmo é preocupadas com: A FESTA DE INAUGURAÇÃO DA SOROROTY + boas vindas pra ela na cidade dos homens + parabéns porque a gente passou no vestibular + aniversário das duas.

Acompanhem o andar da carruagem:

Cris:
então, vamas marcar a festa? quer deixar pra semana seguinte? ou vamos fazer na balbúrdia sábado a tarde?

Lika:



Lika: eu voto em pedra.
aliás, vamos juntas, né? haha.

Cris: hahaha
senão eu já ganho

Lika: um do lá si vamos iiiiiii

Cris: pedra

Lika: merda, coloquei tesoura

Cris: hahaha, ganhei.
mas o que estamos disputando mesmo?

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Trago a pessoa amada de volta em três dias.

Todo mundo já ficou na fossa um dia. E cada um tem seu jeito de reagir: tem gente que chora, que grita, que xinga, que bebe, que come. Sou super crente das teorias de que o chocolate faz nascer bolinhas de alegria dentro do seu corpo e que levam a dor embora e por aí vai. Mas muitas vezes a dor-de-cotovelo vem de mãos dadas com uma vontade incontrolável de ter seu amor de volta. Eu não sou lá muito fã desse vai-e-vem das relações, mas acontece.

Daí essa semana eu recebi quatro e-mails muitíssimo interessantes - todos do mesmo remetente, é claro - intitulados:

- Como esquecer um amor?
- Como impressionar uma mulher quando você não é rico nem famoso...
- Regras e truques para seduzir um homem
- Os 7 erros da reconquista

Eu acho incrível que existam por aí profissionais que vivem para reatar os laços perdidos da união afetiva, mas tudo bem, tudo bem, eu só não entendo mesmo porque eles ficam mandando e-mail pra mim. Mas como eu sou uma bela apreciadora das inúmeras aplicações que essas mensagens podem ter, vou compartilhar com vocês alguns highlights dessas pérolas de e-mail antes que eu implore pra eles me retirarem desse banco de contatos ou antes mesmo que eu enlouqueça me perguntando quem vendeu meu endereço - e o de tantos outros, é claro - pra essa empresa super respeitosa, mas que não se encaixa bem na minha linha de atuação em casos de emergência.



Vamos lar!

- Eu acredito no amor. Não confunda fim de relacionamento com fim de amor. As coisas acabam às vezes, mas quando há amor, quase sempre é possível consertar as coisas. pausa dramática Quase sempre. Mas há alguns casos em que o amor não basta...

- Quem não conhece o pirata amante de rum que é totalmente desastrado e engraçado? Ou o vampiro e lobo que disputam o amor de uma linda garota? Mas é melhor deixar tudo isso de lado e voltar à realidade. A maioria de nós não somos atores de Hollywood, muito menos magnatas do petróleo. Infelizmente.

A atração funciona de forma diferente em homens e mulheres... Enquanto nós, homens, somos atraídos principalmente pelos atributos físicos das fêmeas... as mulheres são atraídas emocionalmente! clap clap clap Você deve ativar os gatilhos da atração! Reflita.

- Para que a mulher consiga conquistar um homem, é necessário que ela saiba explorar todos os seus pontos. Como desejo da mulher é fazer com que os homens curvem-se quando ela passar, o ideal é que ela saiba seduzir sem se tornar vulgar. Entendido?

Sério, os e-mails são bons demais! Quem quiser aprender mais ou, quiçá, comprar um dos pacotes, me fala que eu encaminho por e-mail, até poderia colocar aqui os links de referência, mas antes disso, teria que verificar com o profissional se ele tem algum setor na empresa dele direcionado a investimentos à publicidade. risos

Au revoir!

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Zica no ano novo é tendência.

Esse fim de ano foi uma loucura das grandes. Trabalhando em loja de shopping e fazendo horas extras bastantes pra me render quatro dias de folga em janeiro, não tive tempo para fazer as unhas, depilar as pernas, cozinhar, limpar a casa e quiçá postar aqui. Daí o Natal passa (graças a Deus - turuntá!) e eu fico curtindo o cansaço por uns dias até que... vem o réveillon.

Minha virada de ano foi tão inusitada que, na minha concepção, falar dela aqui agora até vai compensar meu período ausente. Tudo começou com uma idéia de girico (minha, é claro) de acampar no ano novo. Acontece que eu e meu namorado vamos viajar nas minhas benditas folgas de janeiro e eu achei que seria bacana gastar pouco no fim de ano pra economizar. Então ele agilizou as coisas e achou um camping "roots" pra gente: 20 pilas por noite por pessoa, achei magia, achei sedução. Só que pra acampar a gente precisa antes de tudo de uma barraca. Depois de passear na Leroy Merlin e na Havan acabamos comprando a mais barata de todas num supermercado.

Chega o dia 30, pegamos o carro e vamos à luta. Primeira parada: Parque Estadual Vila Velha, onde fizemos uma trilha de 2,6km no meio de formações rochosas milenares e num bosque. Seguimos, depois disso, até chegarmos no camping da Dora. Delícia. Montamos a barraca, fomos até a cidade jantar e voltamos.

Tirando catota em frente às formações rochosas milenares.

Até então tudo nos trinques. Mas daí a noite já começou a azedar quando percebemos que esquecemos os travesseiros. Daí começa a chover. De repente, a chuvinha virou um temporal e eu só percebo que a situação está preocupante quando sinto que meus cabelos estão molhados. E os meus pés. E o edredon e o cobertor. Lá pelas tantas da madrugada, depois de padecer de pânico e desespero, dormimos e quando acordamos percebemos que só nos safamos porque estávamos em um colchão inflável que, literalmente, boiou na barraca. Documentos, celular, tudo alagado. Toalhas, roupas de cama, roupas, tênis: encharcados.

Eu bem feminina martelando os pinos da barraca: tudo em vão.

Já cabisbaixos resolvemos curtir o dia, sem pensar no amanhã e fomos fazer um passeio até a cachoeira que tinha lá e o que tinha no caminho? Uma COBRA. Que eu quase pisei em cima, andando destrambelhadamente pelo mato e que ficou fazendo aquele barulinho de chocalho quando eu saí correndo e pulando em cima de umas pedras no mesmo instante que o Arthur me recomendou que eu ficasse parada. Ótimo. Tamo fodido mesmo, vamos passear, pensamos. Fomos ao parque vizinho fazer uma trilha. Fomos andando alegremente (debaixo de chuva) até chegarmos ao mirante que dava vista pro cânion de Guartelá, lindíssimo.

O problema é que chegando lá, a 2,5km do ponto inicial eu simplesmente fico com uma dor de barriga incontrolável. Daquelas que você entrega os pontos e aceita fazer cocô em qualquer lugar, nem que seja nas calças. Tinha um banheiro "perto": 1900m. O que eu fiz? SAÍ CORRENDO. Chorando. Fechava os olhos e chorava e corria. Bem legal mesmo. Cheguei no banheiro mais próximo: não tinha papel, só chuveiro. O que eu tive que fazer? Me aliviar por lá mesmo e depois tomar um banho gelado. Depois disso mais 1km de subida - daquelas dignas de Ouro Preto e voltamos pro camping.

Nessa altura do campeonato eu só queria vir pra casa, comer, ver uma série e dormir. Mas resolvemos ir até a cidade mais próxima procurar uma pousada. A que tínhamos visto inicialmente custava 220 a diária (ótimo pra quem queria economizar), com plotters de fotos de casal do estúdio Sonora espalhados pelos corredores. A gente já tava tão cansado e desesperado que até iriamos ficar lá até que a moça da recepção disse que se a gente fumasse no quarto teria que pagar mais duas diárias de multa. Lindo. Fomos procurar outro lugar. Achamos uma pousada bacaninha, pertinho, mais em conta e não satisfeitos, dissemos que olharíamos mais algumas e voltaríamos logo. Só vimos lixo e voltamos, daí o senhor da recepção disse que não tinham mais vagas. Eu começo a entrar em colapso e pensar: meu Deus do céu, minha vida acabou, são oito da noite do dia 31 e eu vou ter que começar o ano imunda e dormir no carro. Aí o senhor ri da nossa cara e disse que era pegadinha.

Olha que riqueza!

Fomos tomar banho e dar uma volta na cidade. Às 22h estávamos de volta e o que eu fiz? Dormi. Acordei com o Arthur enchendo a banheira do quarto - que tava estragada - com água do chuveiro usando o isopor de 9L que levamos. No fim das contas, tomamos vinhos, ouvimos os vizinhos tocando pagode até altas horas, comemos comida fria: tudo de bom.

No dia primeiro, arrumamos tudo para voltar: 3 horas de viagem e estávamos em Curitiba. Resolvemos procurar algum lugar aberto pra almoçar e passamos outras 2 horas e meia rodando até que, exaustos, desistimos, viemos pra casa e almoçamos, como reis, CupNoodles.

E o que a gente aprendeu com tudo isso? Que eu sou patricinha e preciso de conforto, que não é legal fazer movimentos bruscos na frente de cobras, que é legal sempre tentar ir ao banheiro fazer o número 2 antes de sair para longas caminhadas e que boa companhia releva as coisas chatas. Feliz 2012!