Pequenas Alegrias

Olha, a vida não está sopa. Essa semana meu celular fino parou de funcionar duas horas depois de sair do conserto, minha câmera dos sonhos parou de fazer foco, o painel do meu carro queimou. Só nas últimas 72 horas um motorista desatento destruiu a traseira do meu possante, o meu cachorro adorável morreu, briguei com meu irmão e

a Maria Lígia foi embora pra Curitiba (outra vez).

Mas hoje a vizinha convidou minha mãe para uma festa junina aleatória e lá fomos as duas e minha sobrinha. E eu me entupi de churrasquinho com farinha, brinquei de pegar bolinha de sabão, comi cocada, invejei a quadrilha mais desorganizada da história. Foi tão bom. Agora, mágica mesmo foi a música ao vivo. Começou com os grandes clássicos do sertanejo - normal, no contexto. Mas rapidamente a coisa foi degringolando para a baixaria e a playlist incluiu sucessos como requebra requebra requebra assim, o mamão vai na cabeça o movimento é sexy, pimpolho é um cara bem legal e todas do Falamansa. Gente, foi delírio, foi sedução. Todo mundo animado, dançando junto, aquele entendimento total. Olha, valeu o fim de semana do inferno.

Decidi que essa vida de moderninha que escuta música indie não leva a nada e que eu vou ser é popular. Ah, e a cereja do bolo: indo embora toda glamourosa carregando criança, brinquedo, resto de doce e meio copo de refri, começa a tocar a banda mais repetitiva da cidade. Obrigada deus, pelas pequenas alegrias.