domingo, 31 de outubro de 2010
fodam-se os mesquinhos.
o clima desse blog degringolou rapidamente, aqui anda só tristeza. mas é domingo, eleição, está um calor de oito mil graus e eu estou enjoando sem parar. então, ao invés de postar algo alegrinho pra dar uma animada, eu vou reclamar. porque eu faço todo um esforço para ser uma boa pessoa, sabe? eu tento manter o ódio no meu coração no mínimo possível, eu desejo o bem para quase todas as pessoas. até quando eu digo que não. mas aí, a gente vai toda gentil fazer um favor para as amigas, cai de para-quedas, faz o melhor que pode e o que acontece? uma semi-desconhecida vem falar mal de você. para uma das sua melhores amigas. sabe desses comentários bem mesquinhos, mas que se somam a um domingo depressão e te deixam com aquela vontade de deitar em posição fetal embaixo da cama? pois é. então, essa menina feia e má conseguiu estragar meu dia um pouquinho. mas não faz mal. eu vou colocar uma roupa absurda e vou ali anular meu voto. e como eu nunca votei em urna eletrônica (isso mesmo), há de ser uma diversão e tanto. e logo a gente volta com a programação normal.
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
yahoo! respostas
Eu tenho um caderninho cor-de-rosa onde anoto coisas relevantes e/ou que eu não posso esquecer. Ontem, relendo umas coisas, vi que fiz uma lista de coisas sobre as quais eu quero escrever. Tirei fotos de um livro e já havia até decidido o título que minha postagem ia ter, mas eu desisti.
Hoje eu acordei ao meio dia. O celular despertou às nove, mas eu ia alterando o horário, pulando de meia em meia hora até que eu dormi 3 horas além do que eu deveria. Eu matei a minha aula de Pilates, acho que fazem duas semanas que eu não vou (e olha que eu adoro, é caro pra burro e sou eu quem pago). Acordei contrariada e só levantei porque tinha que levar meu cachorrinho pra passear, acontece que ele não faz xixi em casa e já tinha mais de 12h que ele tinha ido pela última vez. Normalmente eu vou de pijama, nem olho no espelho. Só que hoje eu olhei. Levei um susto. Ontem antes de dormir eu fiquei prendendo a respiração tentando segurar o choro só pensando "não posso chorar, não posso chorar". Chorar alivia a angústia que a gente sente, lava a alma, faz todas essas coisas hippies, faz bem. Mas deixa a cara da gente INCHADA PRA CARALHO. Já estava pronta pra falar pras pessoas que eu estou com conjuntivite contagiosa, pra justificar a minha aparência e de bônus ninguém chegar perto de mim. No desespero, fiz o que toda mulher em apuros faz: entrei no Yahoo! Respostas.
Pergunta: O que é bom para desinchar os olhos quando a gente chora muito ?
- tentar parar de chorar,daí um tempo vai desinchando
- complesas de cha de camomila e calmante e relaxante cv vai melhorar boa sorte
- Rodelas de batata.
- faça cha de camomila, deixe esfriar, leve á geladeira, e molhe em duas partes de algodão e ponha nos olhos por 20 minutos, depois vc me conta, ok, beijos
- Compressas de água gelada.
Obrigada, amigos.
Mas vou pegar meus óculos escuros e entregar pra Deus, beijos.
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
a briga com o travesseiro
Ultimamente os dias têm sido chatos. O suplício de levantar da cama ao acordar, ir ao banheiro só pra não fazer xixi na cama, tomar banho só pra não incomodar as pessoas perto de você... Tá sendo muito difícil.
Mas nada é pior do que a hora de dormir.
Eu coloco o meu pijama, tomo meu remedinho, escovo os dentes, fecho a janela, dou um último afago no meu cachorrinho... Aí fica tudo silencioso.
Claro, eu ainda escuto um carro ou outro passando na rua, um 'tlec' misterioso que a geladeira faz na cozinha, um bêbado gritando a uns dois quarteirões acima... Mas nenhum desses barulhos é mais alto do que a vozinha na minha cabeça.
Pra me distrair eu coloco o computador no colo.
Aí eu vou ver um episódio de Teen Mom.
O episódio de Teen Mom me lembra que eu não tenho um namorado.
Não ter um namorado me faz sentir feia, gorda, chata, burra e imprestável.
Faltam 4 horas para eu ter que acordar.
Deito de novo com a cabeça entre travesseiros e a vozinha começa a listar tudo que eu já fiz de errado na vida.
Vou fazer um chá porque encher a xícara de água e calcular a quantidade de açúcar vai me distrair por 4 minutos e meio.
O chá está doce demais, ele gostava do chá sem açúcar.
Tento me distrair com a tevê.
Filme de amor.
Série sobre um cara gordo casado com uma mulher gostosa.
Documentário sobre o assunto da monografia dele.
Filme de amor.
Filme de amor explícito.
Filme de terror com mulheres burras usando poucas roupas.
Pelo menos eu estou viva, vestida e sei que numa situação de emergência, me separar do grupo é uma idéia ruim.
Faltam 2 horas para eu ter que acordar.
Todo mundo no filme de terror morreu, menos a menina que não era loira e que usava um short mais comprido que um palmo.
Tem um chocolate na dispensa.
Abrir a embalagem foi mais interessante do que comer o chocolate.
Deito e vejo uma reprise da minha série preferida.
O despertador da minha mãe toca no outro quarto.
Desisto de viver mais um dia, me rendo ao cansaço e acordo depois das 15h.
Mas nada é pior do que a hora de dormir.
Eu coloco o meu pijama, tomo meu remedinho, escovo os dentes, fecho a janela, dou um último afago no meu cachorrinho... Aí fica tudo silencioso.
Claro, eu ainda escuto um carro ou outro passando na rua, um 'tlec' misterioso que a geladeira faz na cozinha, um bêbado gritando a uns dois quarteirões acima... Mas nenhum desses barulhos é mais alto do que a vozinha na minha cabeça.
Pra me distrair eu coloco o computador no colo.
Aí eu vou ver um episódio de Teen Mom.
O episódio de Teen Mom me lembra que eu não tenho um namorado.
Não ter um namorado me faz sentir feia, gorda, chata, burra e imprestável.
Faltam 4 horas para eu ter que acordar.
Deito de novo com a cabeça entre travesseiros e a vozinha começa a listar tudo que eu já fiz de errado na vida.
Vou fazer um chá porque encher a xícara de água e calcular a quantidade de açúcar vai me distrair por 4 minutos e meio.
O chá está doce demais, ele gostava do chá sem açúcar.
Tento me distrair com a tevê.
Filme de amor.
Série sobre um cara gordo casado com uma mulher gostosa.
Documentário sobre o assunto da monografia dele.
Filme de amor.
Filme de amor explícito.
Filme de terror com mulheres burras usando poucas roupas.
Pelo menos eu estou viva, vestida e sei que numa situação de emergência, me separar do grupo é uma idéia ruim.
Faltam 2 horas para eu ter que acordar.
Todo mundo no filme de terror morreu, menos a menina que não era loira e que usava um short mais comprido que um palmo.
Tem um chocolate na dispensa.
Abrir a embalagem foi mais interessante do que comer o chocolate.
Deito e vejo uma reprise da minha série preferida.
O despertador da minha mãe toca no outro quarto.
Desisto de viver mais um dia, me rendo ao cansaço e acordo depois das 15h.
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
teen mom ou a internet rules
gente, a internet me alegra muito. navegando por aí descobri uma série maravilhosa de tv chamada teen mom. é receita de sucesso: é reality show, tem adolescentes grávidas, tem briga de casal, tem americano pobre white trash redneck, tem baixaria, tem bebês e ainda por cima tem o dr. drew fazendo sensacionalismo no season finale. claro que eu fiquei obcecada e em dois dias vi as duas primeiras temporadas. (começa como sixteen and pregnant e depois vira teen mom). sério, virei madrugada assistindo. e olha que eu sou *adulta* e trabalho muito.
mas acontece que a terceira temporada está indisponível para o brasil. e eu não sei o que acontece nas vidas das mães adolescentes. a maci vai ficar com o ryan? a amber é realmente tão burra? eu vou superar a invejinha do tyler ser tão fofo? o cabelo da farrah vai melhorar? são
muitas perguntas sem resposta. sinceramente, estou sem rumo.
então é isso. se você está pronto para ver o melhor do lixo televisivo, aqui está: http://www.mtv.com/shows/teen_mom/season_1/video.jhtml?filter=fulleps , vai revolucionar sua vida.
aproveita e manda um e-mail pra mtv pedindo pra eles liberarem a última temporada que isso não está certo.
sábado, 16 de outubro de 2010
culinária intuitiva.
Fazem dois meses que eu estou morando com meu namorado numa casinha fofa no Santa Tereza e, nesse ínterim, diversas peripécias e aventuras de uma dona de casa de primeira viagem já aconteceram: desde a luta contra as baratas às consultas de emergência ao Google para aprender a tirar o excesso de sal da carne de panela (é só colocar uma colher de fermento em pó), entre outros.
A questão é que hoje eu resolvi fazer cookies. Achei fofo e engraçadinho (já que o nosso cãozinho se chama Cookie), quis aproveitar que o Gabriel trabalha até tarde pra fazer um agrado. A Marcelinha é a rainha dos docinhos feitos em casa e já tinha me passado uma receita que ela faz de cabeça. Procurei algumas receitas na internet e hoje, quando estava no supermercado, liguei pra ela pra conferir alguns ingredientes que faltavam. Tudo parecia simples demais. Ela dizia 100g de açúcar mascavo, mais 100g de açúcar normal, 200g de farinha... Eu disse que a cozinha ia ser na intuição já que eu não sou uma dessas donas do lar que têm balança do Vigilantes do Peso em casa, que ia contar que cada xícara cabem 100g e pronto.
E não é que tudo deu errado?
O que era pra ser uma fornada de biscoitos crocantes e quentinhos virou um bolo mole. Acontece que a Marcela foi enfática no quesito distância entre os cookies na fôrma e eu não dei tanta atenção. Aconteceu também que ela disse pra eu colocar duas colheres de chá de essência de amêndoa e eu pus duas de sopa (e mais um pouquinho) e a casa inteira tá fedendo à essência. Ah, e eu usei xícaras de tamanhos diferentes pra medir os açúcares e a farinha.
Por mais um pouco tudo ia dar mais errado ainda, eu tava esperando o bolo-cookie ficar sequinho e crocante antes de tirá-lo do forno, mas na ligação de emergência à Mx à uma da manhã ela me disse que você tem que tirar do forno enquanto o bolo ainda está mole e esperar esfriar, senão fica igual àquele bombom da Garoto que quebra os dentes e que sempre ficava por último na caixa. Tudo bem, tudo bem. Verdade seja dita: eu mereci o desastre. Pelo menos o meu Cookie continua bonitinho. Um beijos.
ps: Queimei meu dedo!
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
correndo contra o tempo.
Todo dia antes de dormir eu faço um cronograma das coisas que eu preciso fazer antes de sair de casa e faço estimativas de tempo pra colocar o despertador pra tocar e dar tempo de fazer tudo, sem stress nem correria.
Eu pretendia fazer faxina e dar banho no Cookie antes de me
arrumar pra sair, mas todos os meus planos caíram por terra quando a Marcelinia me mandou assistir Teen Mom. A Maci tem 16 anos e está grávida de um adolescente de alargador que está pouco se fodendo pra ela, mas pelo menos ela é ruiva e tem uma casa enorme e ganhou uma moto de criança pro Bentley. Bom, o que importa é que eu perdi a loção do tempo e agora são 15h14min. Acontece que eu tenho que estar no trabalho às 17h então eu tenho 1h16min para: fazer as unhas, escolher a roupa, me arrumar, terminar esse post, estender roupa e sair!
15h20min - começando a escolher a roupa. Depois de tanto tempo, acabei separando uma pilha de roupas pra dar pra Cris e por fim, escolhendo uma roupa toda preta: boring.
15h38min - indo conferir a roupa na máquina. O que aconteceu: meu namorado me ensinou a não colocar sabão e amaciante nos compartimentos adequados da máquina (?), porque é melhor e enfim. Daí, eu demorei tanto a escolher a roupa que eu cheguei lá e a máquina já estava centrifugando e eu não tinha colocado o amaciante. Ele me alertou que isso poderia acontecer caso eu desse mole e que, nesse caso, eu teria que reiniciar o ciclo de enxágüe pra colocar o amaciante e tudo mais, o que me faria perder pelo menos meia hora. Ele que não leia esse blog, porque eu enchi um balde d'água com amaciante e joguei na roupa no meio da centrifugação. Crossing fingers pra ficar pelo menos com um cheirinho.
15h43min - comer e banhar.
16h18min - tenho 12 minutos pra fazer as unhas e sair de casa.
Resultado: eu não usei a roupa que eu escolhi, tô passando mal por causa da batata palha e acho que as minhas unhas vão borrar.
16h27 - tenho que ir! Beijos!
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
mensagem de amor.
olá.
quero compartilhar com você o momento de terror e pânico que sofri ontem. e foi culpa sua.
estava euzinhu no estágio fazendo relatórios pras sentenças do juiz. chegou uma inicial nova, de ação ordinária, de uma servidora pública pedindo pra transferir os pagamentos dela pra caixa econômica federal, e não pro banco do brasil como a prefeitura faz. ela queria a caixa porque lá tem os benefícios do programa "minha casa, minha vida", uma vez que a autora não possui casa "e nenhum bem próprio, vive de favor com os pais".
olha, a petição inicial tava muito mal escrita. e num tinha nenhuma base jurídica, nem jurisprudência. sabia que o juiz ia indeferir com certeza aquele pedido. e como era concominado com pedido de tutela antecipada, ele teria que decidir de uma vez. ontem. no caso, euzinho estagiário rs.
aí você se pergunta por que CARGAS D'ÁGUA eu tô te contando issso. bom, a autora chamava MARIA CRISTINA HORTA COELHO.
eu não sabia seu último sobrenome. pensei: fodeu, ela virou funcionária pública, tá sem casa e desesperada porque não pode usar o programa de financiamento habitacional da caixa econômica. pensei em fazer uma sentença favorável própria e dar pro juiz assinar sem ele ver o que tava assinando, no meio de outros despachos bobos. pensei em colocar fogo. deixar cair pela janela. mas meu senso se honestidade falou mais alto e eu entreguei pro douto juiz revisar. a coitada vai ficar sem casa mesmo.
mas hoje de manhã a marcelinda me alertou que você não é a autora sem teto. muito me acalmou.
espero que você nunca passe por isso. forte abraço.
quero compartilhar com você o momento de terror e pânico que sofri ontem. e foi culpa sua.
estava euzinhu no estágio fazendo relatórios pras sentenças do juiz. chegou uma inicial nova, de ação ordinária, de uma servidora pública pedindo pra transferir os pagamentos dela pra caixa econômica federal, e não pro banco do brasil como a prefeitura faz. ela queria a caixa porque lá tem os benefícios do programa "minha casa, minha vida", uma vez que a autora não possui casa "e nenhum bem próprio, vive de favor com os pais".
olha, a petição inicial tava muito mal escrita. e num tinha nenhuma base jurídica, nem jurisprudência. sabia que o juiz ia indeferir com certeza aquele pedido. e como era concominado com pedido de tutela antecipada, ele teria que decidir de uma vez. ontem. no caso, euzinho estagiário rs.
aí você se pergunta por que CARGAS D'ÁGUA eu tô te contando issso. bom, a autora chamava MARIA CRISTINA HORTA COELHO.
eu não sabia seu último sobrenome. pensei: fodeu, ela virou funcionária pública, tá sem casa e desesperada porque não pode usar o programa de financiamento habitacional da caixa econômica. pensei em fazer uma sentença favorável própria e dar pro juiz assinar sem ele ver o que tava assinando, no meio de outros despachos bobos. pensei em colocar fogo. deixar cair pela janela. mas meu senso se honestidade falou mais alto e eu entreguei pro douto juiz revisar. a coitada vai ficar sem casa mesmo.
mas hoje de manhã a marcelinda me alertou que você não é a autora sem teto. muito me acalmou.
espero que você nunca passe por isso. forte abraço.
*o fábio mafra me mandou essa mensagem sensacional. na minha opinião essa copycat coelha está melhor que eu, tem emprego e tudo. e eu também moro de favor. mas tudo bem, sabe, eu tenho minha dignidade e não fico chorando pro juiz que minha vida está uma bosta. enfim. achei bonito o fábio ficar preocupado comigo e até considerar atos ilegais para ajudar uma colega em situação difícil. se bem que ele deveria ter ficado preocupado de pensar que eu virei funcionária pública. gente, vocês imaginam uma funcionária pública que é tão ligada em burocracia que ESQUECE de votar? TODO ano? nossa, falando nisso vou ali tentar justificar, que esse ano i did it again, ops. bom, é isso. brigada fábio, beijos no coração. e vamos marcar uma coca-cola no puxadinho pra você ver que eu moro de favor, mas eu sou vogue.
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
olho gordo
A minha família tem um vidente e o nome dele é mEugênio. Esse ano houve um fenômeno que popularizou o mEugênio e agora ele é o guru de todas as minhas primas e, mais recentemente, da Crisinha, minha amiga e o outro 1/3 desse blog.
Enfim, sobre o mEugênio: o mEugênio falou comigo e com a Cris que a gente tem que se preservar mais, e tomar cuidado porque somos pessoas que atraímos muito olho gordo.
"Grandes bosta", é o que você deve estar pensando. Eu sei, eu sei. O vidente só fala o que a gente quer ouvir e todo mundo adora ficar sabendo que em alguma coisa a gente deve ser melhor que os outros. A princípio a gente pensou a mesma coisa, afinal, quem quer ser que nem a gente? Quem quer ser uma solteirona com muitos namoros fracassados no currículo, um histórico de abuso de substâncias/comida/coca-cola e um grande talento pra não ter um emprego bem sucedido? Aparentemente, ninguém.
E a lista não para por aí, rolou uma gastroplastia, uma ou duas depressões profundas, cortes de cabelo desastrosos, investimentos fracassados, famílias despedaçadas, faculdades interminadas... Todo um leque de coisas que torna a vida de um ser humano num verdadeiro inferno. Mas aí eu te pergunto: a gente tava aos prantos no McDonald's enquanto listava todos os nossos fracassos?
NÃO. A gente tava era chorando de rir, engasgando com as nossas batatinhas e derramando refrigerante em cima dos nossos Chéderes.
Nós não ganhamos um salário digno, nós ainda moramos com os pais (bom, a Cris mora num puxadinho que tem um cômodo de cara cor, ela nem pode reclamar disso), nós temos interesse por milhões de coisas, talento para mais umas centenas e vontade de ganhar dinheiro com nenhuma. Mas a gente tem uma à outra, e à Lídia, e aos nossos amigos que gostam da gente, e às nossas famílias sensacionais, e nós somos lindas e bem vestidas e inteligentes (somos mesmo), e a gente tem o maior dom (haha, dom) de todos, que é o de rir da nossa própria desgraça.
Conheço muitas pessoas que passaram por situações semelhantes às nossas e que, por terem que carregar um fardo tão pesado, triste e difícil, acham que podem vomitar no seu carro porque beberam demais pra afogar as mágoas e que são dignas da pena de todo mundo que encontrou nas Baianas na quinta à noite.
E nós, que somos legais demais, não perebemos de cara que tem essa galera parasita à solta por aí. Confundimos elas com pessoais sensacionais, como a gente, e deixamos elas entrarem nas nossas vidas e fazerem o escambau com os nossos sentimentos.
O que eu quero dizer é que nem sempre a gente para pra pensar no quanto a nossa vida é boa, e que olho gordo tá em todo canto e que a gente deve ser preservar, sim. A gente fica ocupada demais fazendo piada sobre a mancha de tinta fresca na nossa bunda, que nós não vemos que do nosso lado tem uma pessoa rancorosa e infeliz desejando que a gente seja tão miserável quanto ela. Nós somos pessoas boas e azar de quem não vive como a gente.
E que se preservar inclui se cercar de gente legal, aliás, gente sensacional, que nem a gente, e que sabe combinar uma estampa de coraçãozinho com litras e xadrez, tudo ao mesmo tempo. E que se a gente tá no inferno, o melhor a fazer é apontar pro capeta e rir do chifrinho dele - francamente, por que um cara vermelho com um rabinho pontudo segurando um garfo deve ser uma figura autoritária digna de respeito e temor?
Enfim, sobre o mEugênio: o mEugênio falou comigo e com a Cris que a gente tem que se preservar mais, e tomar cuidado porque somos pessoas que atraímos muito olho gordo.
"Grandes bosta", é o que você deve estar pensando. Eu sei, eu sei. O vidente só fala o que a gente quer ouvir e todo mundo adora ficar sabendo que em alguma coisa a gente deve ser melhor que os outros. A princípio a gente pensou a mesma coisa, afinal, quem quer ser que nem a gente? Quem quer ser uma solteirona com muitos namoros fracassados no currículo, um histórico de abuso de substâncias/comida/coca-cola e um grande talento pra não ter um emprego bem sucedido? Aparentemente, ninguém.
E a lista não para por aí, rolou uma gastroplastia, uma ou duas depressões profundas, cortes de cabelo desastrosos, investimentos fracassados, famílias despedaçadas, faculdades interminadas... Todo um leque de coisas que torna a vida de um ser humano num verdadeiro inferno. Mas aí eu te pergunto: a gente tava aos prantos no McDonald's enquanto listava todos os nossos fracassos?
NÃO. A gente tava era chorando de rir, engasgando com as nossas batatinhas e derramando refrigerante em cima dos nossos Chéderes.
Nós não ganhamos um salário digno, nós ainda moramos com os pais (bom, a Cris mora num puxadinho que tem um cômodo de cara cor, ela nem pode reclamar disso), nós temos interesse por milhões de coisas, talento para mais umas centenas e vontade de ganhar dinheiro com nenhuma. Mas a gente tem uma à outra, e à Lídia, e aos nossos amigos que gostam da gente, e às nossas famílias sensacionais, e nós somos lindas e bem vestidas e inteligentes (somos mesmo), e a gente tem o maior dom (haha, dom) de todos, que é o de rir da nossa própria desgraça.
Conheço muitas pessoas que passaram por situações semelhantes às nossas e que, por terem que carregar um fardo tão pesado, triste e difícil, acham que podem vomitar no seu carro porque beberam demais pra afogar as mágoas e que são dignas da pena de todo mundo que encontrou nas Baianas na quinta à noite.
E nós, que somos legais demais, não perebemos de cara que tem essa galera parasita à solta por aí. Confundimos elas com pessoais sensacionais, como a gente, e deixamos elas entrarem nas nossas vidas e fazerem o escambau com os nossos sentimentos.
O que eu quero dizer é que nem sempre a gente para pra pensar no quanto a nossa vida é boa, e que olho gordo tá em todo canto e que a gente deve ser preservar, sim. A gente fica ocupada demais fazendo piada sobre a mancha de tinta fresca na nossa bunda, que nós não vemos que do nosso lado tem uma pessoa rancorosa e infeliz desejando que a gente seja tão miserável quanto ela. Nós somos pessoas boas e azar de quem não vive como a gente.
E que se preservar inclui se cercar de gente legal, aliás, gente sensacional, que nem a gente, e que sabe combinar uma estampa de coraçãozinho com litras e xadrez, tudo ao mesmo tempo. E que se a gente tá no inferno, o melhor a fazer é apontar pro capeta e rir do chifrinho dele - francamente, por que um cara vermelho com um rabinho pontudo segurando um garfo deve ser uma figura autoritária digna de respeito e temor?
Assinar:
Postagens (Atom)