domingo, 29 de maio de 2011

Tempos difíceis.

Almoçar na rua todo dia é o castigo de ser proletário. A gente não sabe a procedência da comida, aonde os cozinheiros andavam com as mãos, o estado da bucha que lavou os pratos, a presença de gordura trans ou nada disso. E além de tudo, custa uma fortuna. Pra quem não sabe, quem trabalha em shopping na parte da manhã não tem direito à vale refeição, mesmo que esse horário inclua o horário do almoço e que tenhamos a mesma carga horária. Não é cantando miséria não, mas essas condições me deixam com poucas opções.

Que os tempos estão difíceis não é novidade pra ninguém... a recessão na América, a crise imobiliária aqui no Brasil, o preço da gasolina, os impostos, a inflação. É natural que cada um desses fatores afete nossa existência de uma maneira específica, mas venhamos e convenhamos: o preço da marmita está pela hora da morte.

Daí chega a hora do almoço. Eu e a minha brother do trabalho RACHAMOS uma marmita. Custa R$6,00 e é, aparentemente, um bom negócio, contanto que você saiba como proceder num momento como esses. Esse pessoal dos restaurantes sempre oferece a marmita já pronta, mas fazem uma miséria na carne, daí, sempre prefira servir sua própria refeição. Esse valor é só a comida quente, sem salada e com uma carne (o conceito de "uma carne" é muito complexo pra mim: é um pedaço? E se for pequeno, pode ser dois?). Então, resolvi expôr como eu aprendi a viver na selva de pedra:

Escolha sempre a marmita mais funda - cabe mais comida, o que é ainda mais vantagem quando você vai dividir com alguém-, se quiser um tomatinho ou algo do buffet de saladas, sirva-se rapida e sorrateiramente e vá direto para o feijão e cubra o que afanou. Coloque o arroz, aproveite a escumadeira que você utilizou para se servir e amasse bem pra caber mais comida na marmita. No espaço de cima, coloque duas carnes lado-a-lado e mais uma vez, sorrateira e rapidamente cubra o pedaço extra com macarrão. Se for sexta-feira ou um desses dias especiais em que rola um purêzinho ou uma polenta coloque uma quantidade razoável visível e o extra também debaixo do macarrão. Polvilhe a comida com um pouquinho de farinha e voilà!

Basta um pouco de malícia e destreza pra sobreviver na natureza selvagem, o mundo é dos espertos! E eu não tenho vergonha de dizer que os tempos das vacas magras estão aí, mas o mais importante é ter saúde e o cabelo hidratado.

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