Curitiba em números.

Todo mundo já fugiu de alguma coisa. A gente foge de ladrão, de polícia, de cobrador, de ex namorado psicopata, da escola, da cadeia... Mas o mais punk é fugir de tudo. Sei que não é o jeito mais inteligente de se encarar os problemas, mas não deixa de ser um jeito de encará-los. E nada melhor que fugir de casa e começar tudo de novo, começar novos problemas, intrigas, romances, trabalhos. Confesso que é doído, mas é gostoso.

E eis que estou agora a 1004km de casa. De onde era minha casa. Curitiba é congelante, cinza e linda. Aqui se ouve muito Caetano. Aqui aprendi a ouvir Tiê. Aqui fui assaltada e tomei uma multa ou outra. Daqui chega-se à praia em 1h30min. Aqui se compra roupa barata. Aqui a gente conhece gente que faz o coração bater forte em sambas, shoppings e vernissages.

E até agora a minha relação com Curitiba pode ser contada através de números:

5 meses e 3 dias,

3 casas,

3 empregos,

2 inimigos

e alguns amores...

E o tempo passa e eu, que gosto muito de números, continuo contando.

E digo: Curitiba, você me maltrata um pouco mas eu gosto muito de você, beijos.