Que agosto é um mês ingrato não é novidade nenhuma, mas esse agosto passado foi muito além do desgosto e do mau gosto. Além de não ter feriados, ser nessa época mequetrefe de mudanças climáticas, fim de férias e o escambau, dizem que é o mês do diabo. Mais precisamente, o dia 24 de agosto é conhecido por ser aquele em que a besta solta fogo pelas ventas percorrendo os céus. Misticismos à parte, esse mês não é fácil.
Relacionamentos começam e relacionamentos terminam, fato. Muitas vezes esses processos são cansativos ou dolorosos mas o consolo é que depois que acaba, acaba. A surpresa vem quando meses depois de findado o tal relacionamento ele (ou a ideia que se tem dele) ainda te dê dor de cabeça. Aí, meu amigo... Aí você tá fodido.
Nossa querida Cris, que pelo bem geral da nação e das moças desavisadas, resolveu expor seu drama (no último post). Acontece que ela teve um lapso de consciência um dia e resolveu dar uma chance pra cria do cão. Só de olhar, numa primeira observada bem cheia de julgamentos, logo se via que a criatura não era benta (e esteticamente distante do que minha tão querida amiga merece).
Previ que o fracasso estava perto quando em um belo dia, na nossa própria casa, depois de ter comprado, feito e servido o jantar para todos, o Cramunhão (bendito seja!) ao se ver perante a uma mulher (eu) que reclamava de cólica intensa - depois de cozinhar a comida que nessa altura já estava em sua boca ácida - começa a rir descaradamente e solta o seguinte impropério: ninguém mandou nascer mulher, na.minha.própria.casa. BITCH, PLEASE!
Depois disso foi só ladeira abaixo e agora, depois de alguns meses de fim dessa bela e rica relação, o bonitinho resolve aparecer mandando uma carta, onde ele narra a história da relação dos dois como uma história, na terceira pessoa (tão original) falando como se ele tivesse dormido esse tempo inteiro e não estivesse lá, de fato (vou deixar para falar dos erros de concordância e ortografia em uma próxima colocação ). E ainda aproveitando a chance para tentar destruir a auto estima, a dignidade e a paz interior da MINHA BROTHER.
Mas o lance é o seguinte, ô anhangá, mexeu com minha amiga, mexeu comigo. E pra quem não sabe, além dessa carinha de princesa eu tenho 1,80m de altura e muita força nos braços (que se potencializa quando eu fico com ódio). Mas... como tenho procurado evitar prisões ou processos, apesar da mãe advogada e feminista, resolvi fazer diferente. Lanço agora aqui o projeto Fique Bem, um tributo à Sophie Calle, onde cada dia (por quantos dias forem necessários) alguém vai fazer sua leitura da bela carta (que vou colocar nos comentários). Se alguém quiser participar, é só mandar por comentário ou e-mail pra gente.
Preparem seus coraçõezinhos. E, Cris, sério, por você eu cairia no braço com o sete-pele. Te amo. <3